O delegado Maurício Luciano de Almeida, da Polícia Civil do Rio, disse na tarde desta quinta-feira (13) que os dois jovens detidos pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, 49 anos, durante a manifestação no centro do Rio, há uma semana, acusam um ao outro de ter acendido o rojão.

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"O fato de um acusar o outro de ter acendido o explosivo não muda nada. Não sei quem acendeu, só sei que os dois confirmaram que participaram da ação. Por isso, a pena é a mesma para os dois. Homicídio qualificado com dolo eventual e explosão de artefato", afirmou, em entrevista coletiva concedida à imprensa na 17.ª DP (São Cristóvão), zona norte.

Inicialmente, o auxiliar de serviços Caio Silva de Souza, 22 anos, disse à polícia que só falaria em juízo. Quarta (12), no entanto, de acordo com o delegado, ele resolveu falar na penitenciária de Bangu, no Complexo de Gericinó, zona oeste, mesmo sem a presença do advogado.

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De acordo com o delegado, o jovem disse no depoimento que Fábio Raposo "incentivou" ele a manusear o artefato que lançou contra o cinegrafista da TV Bandeirantes. Disse também, segundo o delegado, que confundiu o rojão com um sinalizador. A reportagem tentou contato com o advogado dos jovens, mas não obteve retorno.

O delegado não quis passar detalhes do inquérito de aliciamento porque ainda não sabe se continuará com o caso. O relatório final sobre a morte de Santiago Andrade deve ser entregue nesta sexta (14) à Promotoria.

Besteira

Um colega de trabalho de Caio Silva de Souza afirmou à polícia que o jovem disse ter matado um homem por besteira após lançar o rojão que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes.

A polícia não revelou o nome do colega que teria ouvido o desabafo de Souza. "Ele [colega] dizer que o Caio ligou pra ele, no dia, logo após o crime, por volta das 19 horas, dizendo que fez uma besteira e matou uma pessoa é mais uma prova evidente do crime", afirmou o delegado Maurício de Almeida.

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Bahia

Caio Souza foi preso na madrugada de quarta (12) na Bahia. Ele foi transferido para o Rio de Janeiro, onde permanece preso. O advogado dele, Jonas Tadeu Nunes, afirmou que manifestantes recebiam R$ 150 para provocar tumultos em protestos, inclusive no que levou à morte do cinegrafista.

Além de Souza, Fábio Raposo também foi preso e indiciado pelos crimes de homicídio qualificado com dolo eventual e explosão de artefato. Eles podem pegar até 35 anos de prisão.