O homem suspeito de ter fornecido a uma quadrilha a granada encontrada na semana passada no Jardim Social foi preso por policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). O ex-presidiário Marcelo Cláudio da Cruz, 27 anos, foi detido no domingo. Segundo a polícia, ele alugava armas de grosso calibre, como fuzis, e vendia munições para o crime organizado que atua em Curitiba e região metropolitana.
Um dos seus clientes seria a quadrilha acusada de seqüestrar e matar o servidor federal Takero Mauro Koarata, 44 anos, no mês passado. Os integrantes do bando foram presos no sábado. Os negócios ilícitos de Cruz seriam acobertados por uma empresa de fachada uma agência de publicidade.
Em entrevista coletiva, o delegado-operacional Rodrigo Brown de Oliveira, do Cope, descartou ligação direta do preso com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que promoveu recentemente dezenas de mortes e uma onda de violência em São Paulo.
Cruz já passou uma temporada na penitenciária por assalto a banco e porte ilegal de arma. Agora, foi preso com uma pistola e munição para armas calibre nove milímetros e uma cápsula de fuzil. Em outra operação, a Polícia Federal encontrou um fuzil na sua chácara, em Mandirituba, há cerca de dez dias.
Segundo o delegado Brown, a polícia está procurando o suposto arsenal do suspeito (granadas, fuzis, coletes e pistolas, além de farta munição). "Ele tem ligação com várias pessoas presas. A sua função era guardar e fornecer armas para quadrilhas. A investigação vai continuar", disse Brown.
Para a imprensa, Marcelo negou todos os crimes, dizendo que sobrevive como publicitário. Em depoimento à polícia, porém, ele confessou que guardava granadas e que repassou uma delas para uma pessoa há cerca de dez dias e que, segundo o delegado, pode ser a granada encontrada no Jardim Social na semana passada.
Sobre as mortes do servidor federal e do filho de um agente penitenciário, crimes atribuídos a uma quadrilha presa na sábado, o delegado informou que essas e outras execuções não teriam relação com o PCC. "Um adolescente confessou os crimes. Ele disse que matou o funcionário da Justiça Federal porque ele se identificou e disse que estava sendo monitorado por colegas", disse o delegado.
Na ação, os bandidos levaram o carro do servidor federal, um Golf prata. Ele foi achado com o número 1533, usado pelo PCC, escrito no teto. Antes de ser executado, Koarata ajudou a chefe, uma juíza federal, a registrar na polícia uma tentativa de extorsão típica da facção criminosa.
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