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Violência doméstica

Pressão psicológica e maus tratos

Valéria, 38 anos, professora, não vive mais com o marido, um médico, mas ainda se diz vítima de pressão psicológica por parte dele. A situação se enquadra no delito de violência doméstica, segundo prevê a Lei Maria da Penha, além de agressões e abusos sexuais. A reportagem da Gazeta do Povo entrevistou três mulheres de diferentes classes sociais, mas com histórias parecidas.

No caso de Valéria, a pressão começou no fim do ano passado, quando o seu ex-marido parou de pagar a pensão alimentícia. "Ele diz que a nossa filha, de 9 anos, anda mal-vestida, desarrumada. Ele tenta fazer a cabeça da menina, diz que vai brigar pela guarda, mas no fundo a sua intenção é apenas diminuir o valor da pensão – hoje em R$ 1,8 mil", afirma.

A mulher registrou queixa na Delegacia da Mulher e procurou o serviço psicológico do Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência. "Estou com problemas no trabalho. Nos últimos meses, ele mandou cortar o telefone, a internet e passou a enviar uma cesta básica para o meu apartamento. A atitude constrangeu a minha filha", diz ela.

Já a viúva Neide, 32 anos, auxiliar de serviços gerais, arrumou um companheiro e muita dor de cabeça. Ela procurou a Delegacia da Mulher na quinta-feira para denunciar que é vítima de maus-tratos. "Eu já apanhei, sou ameaçada e forçada a entregar o meu salário", contou. O homem insiste em continuar com ela, que tem duas filhas (9 e 12 anos). O caso foi reencaminhado à Delegacia de Araucária, cidade onde ela mora.

Em outro caso, Eliane, 25 anos, sofre com os ciúmes do companheiro. O relacionamento de dez anos, do qual nasceu uma filha de 7 anos, acabou na quarta-feira passada, quando ela deixou sua casa e foi morar com os pais. "O ciúme é doentio", afirmou, mostrando os sinais da última agressão sofrida – ele tentou enforcá-la. "Não posso sair para trabalhar que ele começa a falar em traição."

Todos os casos relatados são recentes. Eles estão registrados na Delegacia da Mulher de Curitiba. Os nomes usados na matéria são fictícios. (JNB)

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