Problema se repete e Afonso Pena já registra 22 atrasos

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Atualizado em 07/11/2006, às 12h18

Pelo segundo dia seguido, um problema nas freqüências de comunicação do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 2), em Curitiba, causou atrasos nos pousos e decolagens do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Na segunda-feira (6), 71 vôos atrasaram – com média de 50 minutos – e seis foram cancelados.

Nesta terça, vinte e dois vôos atrasaram em pousos ou decolagens, com atraso médio calculado pela Infraero de 24 minutos. O balanço, realizado até as 10h, revela ainda que um vôo (GOL-1738) que partiria do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, foi cancelado.

Assessor de comunicação do Departamento de Controle do Tráfego Aéreo (DCEA) da Aeronáutica, coronel Paullo Esteves, explica o problema. "É como se fosse uma linha cruzada em telefonemas comuns. Uma freqüência está se sobrepondo a outra, por uma interferência ainda desconhecida, e isso prejudica a comunicação. Para preservar a segurança dos vôos estamos aumentando o espaço entre os pousos e decolagens das aeronaves".

O problema é sério. "Em São Paulo isso é terrível e nas cidades grande bastante comuns. Funcionários da Anatel (Agência reguladora da telefonia no Brasil) estão trabalhando para identificar e resolver o problema, mas isso é demorado e complicado". O coronel da Aeronáutica garante que este é o real motivo dos atrasos. "É isso. Não tem nada a ver com operação padrão e greve branca. Essas questões já estão superadas", explica Esteves.

A assessoria de imprensa da Anatel, em Brasília, afirmou que realmente existe um problema de "rádio-interferência e que os técnicos da agência estão trabalhando para resolver a falha no sistema".

Além deste problema, a Infraero informou que os atrasos podem ter sido causados também pelo mau tempo, já que por alguns minutos da manhã o Afonso Pena teve que operar por instrumentos. Segundo a meteorologista do Simepar, Sheila da Paz, nas primeiras horas do dia foi registrada a ocorrência de neblina na região do aeroporto. Em seguida o tempo permaneceu fechado e até o meio da manhã um forte chuvisco continuava prejudicando a visibilidade no local. O fenômeno deve se repetir na noite desta terça.

Nos últimos dias, os atrasos têm sido provocados por uma "greve branca" realizada pelos controladores de vôos.

Greve branca

De 26 de outubro ao dia 4, a operação-padrão dos controladores afetou 43% das decolagens em todo o país. De 14.700 vôos que decolaram, 5.145 registraram atrasos significativos. O percentual de cancelamentos ficou em 8%, o que representa 1.176 vôos.

Neste domingo era esperado um colapso nos aeroportos do país pelo grande movimento na volta do feriadão do Dia de Finados. Entretanto, tanto no Paraná quanto em outros aeroportos do país o movimento foi considerado normal.

Nesta semana, provavelmente na quarta-feira, representantes dos controladores discutirão com o governo algumas de suas reivindicações para acabar com a operação-padrão, como plano de carreira para a categoria e desmilitarização da profissão.

Pane de outubro

Um problema nos computadores do Cindacta 2 pode ter sido o causador do atraso de quase 100 vôos no dia 19 de outubro Afonso Pena. No dia seguinte o problema se repetiu e 96 aviões chegaram ou partiram do aeroporto fora dos seus horários.

Mais informações em breve.