A confecção de tapetes feitas de serragem, borra de café, farinha, areia, folhas e flores é uma tradição herdada pelo Brasil dos portugueses. O costume é especialmente forte em Açores. Segundo o padre e professor de Teologia Gilson Camargo, a confecção dos tapetes é uma expressão de carinho com a Santíssima Eucaristia. "Não tem caráter de penitência ou pagamento de promessas. É uma manifestação popular de adoração a Cristo", explica.
A passagem pelo tapete tem um significado especial. O ostensório, que armazena o corpo de Cristo na hóstia, é carregado pelo padre ou arcebispo. É a única pessoa que passa por cima do tapete, como se fosse uma representação de que Jesus andaria por ali e seria recebido com um belo tapete na cidade. "É também uma evocação bíblica, que narra Jesus entrando em Jerusalém e o povo colocando ramos de oliveira para que ele passasse por cima", conta o padre Clodovis Boff, professor de Teologia da Pontifícia Universi¬dade Católica do Paraná.
Em Curitiba, o tapete montado para a procissão, que acontece hoje, foi confeccionado com cinco toneladas de materiais e tem 1,5 quilômetro de extensão. A procissão aconteceu hoje à tarde em Curitiba, após celebração de missa na Catedral de Curitiba. O tema central dos desenhos foi a Eucaristia e a celebração a Cristo.
O trabalho suado dos artistas de Deus começou ainda de madrugada e, às 6 horas de hoje, eles foram às ruas para dar vida ao tapete. Ao todo, 92 comunidades participariam da confecção.
O Santuário do Carmo também confeccionou o seu próprio tapete. Voluntários iniciaram a confecção do tapete nas ruas a partir da 1h da manhã.
O percurso da procissão, que aconteceu de manhã, foi enfeitado com 23 tapetes coloridos com extensão de 43m x 3m de largura, foi percorrido por toda a Praça do Carmo. O encerramento da procissão aconteceu na porta da Igreja, com a bênção do Santíssimo Sacramento.