Reunidos na manhã desta quinta-feira (28) em Curitiba, professores e funcionários da educação de todas as regiões do Paraná já apontam pontos problemáticos no projeto de lei 421/2015, de autoria do governo estadual. A iniciativa foi protocolada nesta quarta-feira (27) no Legislativo como uma tentativa de resolver o impasse em torno da data-base do funcionalismo público. Representantes do Fórum Estadual dos Servidores (FES) já anteciparam que a proposta, de modo geral, não agradou.
Governo propõe zerar inflação só em 2016; funcionalismo rejeita a proposta
Projeto de lei do Executivo estadual prevê pagamento de 3,45% em três parcelas neste ano e o resto em janeiro
Leia a matéria completaReajuste salarial acende alerta em meio à crise no Paraná
Concedida a reposição da inflação, gasto com pessoal aumentaria R$ 1,42 bi ao ano
Leia a matéria completaA APP-Sindicato, entidade que representa os servidores da educação e também integra o FES, aponta três principais problemas na proposta do Executivo. O primeiro deles diz respeito à possibilidade de perdas salariais a partir da forma de pagamento do reajuste proposto pelo governo estadual. Cálculos prévios do sindicato apontam para uma perda anual de “meio salário de cada servidor”, caso a nova lei seja aprovada pelos parlamentares.
O funcionalismo pede a correção inflacionária dos últimos 12 meses, medida pelo IPCA, de 8,17%. Também cobram o pagamento de forma integral, e a partir da data-base, que é 1º de maio. Pelo texto do projeto de lei, será primeiro concedido um reajuste de 3,45% parcelado em três vezes, nos meses de setembro (1,15%), outubro (1,15%) e novembro (1,15%). Este índice foi calculado com base na inflação do período entre maio e dezembro de 2014. Para compensar o reajuste inferior à inflação, o texto também prevê a antecipação da data-base do funcionalismo, de 1º de maio para 1º de janeiro. Assim, no início de 2016, o governo estadual se compromete a fazer a revisão dos salários com base no IPCA entre janeiro e dezembro de 2015.
O segundo ponto polêmico do texto, para a APP-Sindicato, tem ligação com o pagamento prometido para 2016. Segundo a entidade, o trecho do projeto de lei que define que o reajuste está “condicionado à possibilidade orçamentária e financeira” do estado não garante o pagamento dos valores. “E se lá no ano que vem ele falar que não tem dinheiro? Que garantias nós temos?”, afirma Luiz Fernando Rodrigues, diretor de Comunicação da APP-Sindicato.
Um terceiro problema está no artigo sexto do projeto de lei. O governo estadual determina neste trecho que, para os professores do magistério, o reajuste aplicado com base na lei nacional do piso, de 2008, só vale para o primeiro nível da carreira. Ou seja, o reajuste não valeria para aqueles professores do magistério que, a partir de capacitações, cursos ou mestrados, por exemplo, já avançaram na tabela salarial. “É uma forma de burlar a lei do piso. O reajuste do piso nacional sempre rendeu um efeito cascata. Porque é desta forma que se garante a isonomia. Assim, o piso vai virar o teto”, afirma Rodrigues.
Ele não soube informar quantos professores do magistério estão hoje nos quadros do estado, mas ressaltou que se trata de uma minoria. “São pouquíssimos.” Em janeiro deste ano, o piso nacional sofreu um reajuste de 13,01%.
Desta reunião da APP-Sindicato, em andamento na manhã desta quinta-feira (28), os servidores também devem decidir se vão convocar uma assembleia da categoria. O fim ou não da greve dos professores só pode ser deliberado em assembleia. Esta segunda fase da greve já dura cerca de um mês.
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião