Os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) rejeitaram em assembleia nesta segunda-feira (25) entrar em greve nesta semana. Na UFPR, havia um indicativo de início de greve no próximo dia 28 de maio, mas os docentes afastaram a possibilidade, em um primeiro momento, de cruzar os braços. Já os professores da UTFPR resolveram que é melhor aprofundar os debates com a base antes de decidir sobre uma futura greve, daqui a duas semanas.
Nas duas universidades, foi aprovado um dia de mobilização nesta sexta-feira (29). Neste dia, as atividades das instituições ficarão paralisadas. Edson Fagundes, presidente do Sindicato dos Docentes da UTFPR (Sindutf-pr), explica que o movimento é necessário para alertar sobre os problemas que vêm sendo enfrentados pelas universidades federais no país. “Vamos fazer um debate para levar o conhecimento a situação enfrentada pelas instituições para podermos avaliar de maneira mais ampla a possibilidade de entrarmos em greve.”
Assim como outras instituições federais de ensino superior, a pauta das universidades federais em Curitiba tem duas frentes de reclamações. Na pauta emergencial está a reversão dos cortes no orçamento da Educação e a ampliação de investimento nas universidades federais. Na última semana, o governo federal anunciou o maior corte de orçamento da história para conseguir cumprir metas econômicas. Com isso, o Ministério da Educação – responsável também pelas universidades federais – deve perder R$ 600 milhões por mês. A pasta foi a mais afetada pelo contingenciamento.
As outras pautas a serem negociadas com o governo são: defesa do caráter público da universidade, melhora nas condições de trabalho, garantia da autonomia universitária, reestruturação da carreira, valorização salarial de ativos e aposentados, pauta emergencial, reversão dos cortes no orçamento da Educação e ampliação de investimento nas universidades federais.
O Ministério da Educação (MEC) defendeu em nota que não houve diminuição nos repasses para as universidades federais. “Nos dois primeiros meses desse ano, o MEC repassou 1/18 avos ao invés de 1/12 avos, conforme decreto do Ministério do Planejamento”, diz a pasta. O documento continua com a informação de que“em março o MEC conseguiu regularizar o fluxo para voltar a repassar 1/12 avos”, e que “os restos a pagar ainda estão sendo discutidos internamente, mas com a sanção do orçamento isso deve ser regularizado em breve.” O MEC argumenta que “apesar do corte sofrido, as despesas de custeio estão garantidas.”
Os servidores da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) participam nesta terça-feira (26) de assembleia para definir a possibilidade de a categoria também deflagrar greve. A votação está marcada para acontecer às 7h30 da manhã no pátio do Hospital de Clínicas (HC).
Os professores e servidores do Instituto Federal do Paraná (IFPR) ainda não começaram a discussão sobre a possibilidade de deflagrarem greve. Nilton Brandão, presidente do sindicato que representa docentes e parte dos técnicos (Sindiedutec), explica que a primeira tentativa da entidade será chegar a um acordo via negociação. “Há uma negociação em andamento. Agora, se não houve um compromisso do governo federal sobre nossas pautas, então poderemos ter uma postura diferente e colocar entre as possibilidades a greve.” A entidade tem uma série de assembleias informativas e de debate nos próximos dias pelo estado. Na sede, em Curitiba, a assembleia está marcada para esta quinta-feira (28), às 10 horas.