Professores de três universidades estaduais já aprovaram a continuidade da greve após a ação violenta da Polícia Militar (PM) do Paraná no Centro Cívico, em Curitiba. A repressão deixou mais de 200 pessoas feridas na manifestação contra as mudanças da previdência estadual desta quarta-feira (29). Em assembleias realizadas nesta quinta-feira (30), docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) aprovaram a continuidade da greve por tempo indeterminado.

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Os agentes penitenciários, que fizeram uma paralisação durante a semana, voltaram ao trabalho nesta quinta-feira (30), segundo a Secretaria de Segurança Pública (Sesp). Nesta quarta-feira (29), o movimento tinha conseguido paralisar duas penitenciárias em Piraquara, afetando quase 3 mil presos.

A greve dos servidores da saúde também continua, mas não afeta os atendimentos nas unidades administradas pelo estado. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), foram registradas apenas 11 faltas entre os quase 9 mil funcionários da saúde estadual.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Superior do Oeste do Paraná (Sinteoeste), Antônio Bosi, diz que os professores estão revoltados com a repressão policial. “Vou ser franco, o pessoal está pouco se importando com a decisão judicial. Você não tem ideia da indignação que toma a todos.” Bosi conta que a entidade que representa já recorreu da decisão liminar obtida pelo governo do Paraná que determina a volta às aulas. Segundo ele, ainda não houve resposta.

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Na Unicentro, o clima de revolta tomou as assembleias que aconteceram nos câmpus em Guarapuava e Irati. Durante o evento, os nomes dos professores feridos foram lidos a todos os presentes. A indignação era generalizada, segundo um dos membros do Sindicato dos Docentes da Unicentro (Adunicentro), Thiago Reisdorfer. “Aquilo tudo que aconteceu ontem [no Centro Cívico, em Curitiba] serviu como um reforço na intenção de todos de continuar a greve. E foi aprovada por tempo indeterminado.”

Professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) também decidiram manter a greve. A decisão foi tomada em assembleia realizada no fim da tarde desta quinta-feira (30). A greve permanece até a terça-feira (05), quando haverá uma nova assembleia. “A decisão considerou que a situação exigia ainda mais união da categoria”, diz o presidente do Sindicato dos Docentes da UEPG (Sinduepg), Marcelo Bronosky.

Na tarde desta quinta-feira (30), cerca de 2 mil professores da rede pública e da UEPG fizeram uma passeata na avenida Vicente Machado, no centro da cidade, em repúdio ao ataque policial ocorrido na quarta-feira (29) e à aprovação do projeto de reforma na Paranaprevidência pela Assembleia Legislativa. O deputado estadual Péricles de Mello (PT), que votou contra o projeto, o deputado federal Aliel Machado (PCdoB) compareceram no ato. Ambos criticaram a votação e a ação policial durante das manifestações. Também participaram os vereadores de Ponta Grossa Professor Careca (SD) e Antonio Aguinel (PCdoB). Às 19 horas, outra mobilização em apoio aos professores ocorreu no Parque Ambiental.

Assembleias na segunda

Os professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) votam na segunda-feira (4), em assembleia, se prosseguem ou não na greve. Também na segunda votam pela continuidade da greve ou não na próxima segunda-feira (4) os professores da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) câmpus de Campo Mourão, Paranavaí, União da Vitória, Curitiba (câmpus I e II) e Paranaguá.

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O sindicato que representa professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) e do câmpus de Apucarana na Universidade Estadual do Paraná (Unespar) tem assembleia na segunda. Eles estavam em paralisação na última semana e decidem se a partir de agora retomam a greve ou voltam às salas de aula.

Até as 19h37, a reportagem não conseguiu contato com o sindicato que representa os professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa.