O fim da greve dos professores do ensino básico não acabou com a dor de cabeça do governo estadual. Os docentes de pelo menos quatro universidades estaduais já decidiram por manter a paralisação e continuar a reivindicar um reajuste de 8,17%, sem qualquer parcelamento. Em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (10), os professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) decidiram manter a greve. Na terça-feira (9), foram os docentes da Universidade Estadual do Oeste (Unioeste), da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) que votaram pela manutenção da paralisação por tempo indeterminado.
Os profissionais das quatro universidades são contra a proposta de reajuste salarial dos servidores apresentada pelo governo e que será votada hoje pelos deputados estaduais. De acordo com o AdUnicentro (sindicato dos docentes da Unicentro), o governo tem orçamento necessário para conceder o reajuste aos servidores. A AdUnioeste, que representa os docentes da Unioeste, informou que a proposta representa perdas salariais e que vai concentrar esforços para pressionar os deputados estaduais a apresentarem emendas ao projeto substitutivo que reajustou os salários dos servidores.
Roberto Antonio Deitos, da diretoria da AdUnioeste, diz que as universidades não participaram do acordo entre o governo e alguns sindicatos, como a APP, que aceitaram a proposta. “Em todas as nossas negociações, sempre defendemos a posição de não aceitar outro índice que não seja o 8,17%. É apenas a correção da inflação, nada mais”, afirma.
Segundo Deitos, os professores universitários vão defender a correção de 8,17% e pretendem acompanhar de perto a votação do projeto na Assembleia Legislativa do Paraná. “O governo não tem dado sinais de seriedade de tratamento com os servidores. Se tivesse o mínimo de cuidado, não estaríamos em greve”, declara. Na segunda-feira (8), o Sinteoste, sindicato dos servidores da Unioeste e do Hospital Universitário do Oeste do Paraná também aprovou a continuidade da greve.
Guarapuava
Os professores da Unicentro ainda reivindicam o fim da contenção de recursos de custeio. De acordo com a reitoria da universidade, somente nos dois primeiros trimestres deste ano, a Unicentro deixou de receber do estado R$ 2,1 milhões. “Com o custeio reduzido, estamos apenas pagando as contas básicas para manter a universidade, como água, luz telefone e internet, os trabalhadores terceirizados da segurança e limpeza e o estagiários”, afirma o reitor da universidade, Aldo Nelson Bona
O reitor acrescentou que muitos materiais não estão sendo comprados, como os de uso em laboratórios. “A falta desse material somente não está sendo sentida porque não tem aulas e os alunos não estão utilizando os laboratórios”.
Apesar da decisão dos professores de manter a greve,os servidores da Unicentro decidiram voltar ao trabalho. O Sintesu, sindicato que representa os servidores da Unicentro, decidiu em assembleia realizada nesta quarta-feira (10) retomar as atividades na próxima segunda-feira (15).
Maringá
Os servidores da UEM decidem na próxima sexta (12) sobre o destino da greve. De acordo com o secretário de finanças do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), Ricardo Giovanini, a categoria está “avaliando a situação”. De acordo com ele, se a atual proposta de reajuste do governo for aprovada, a categoria não terá mais o que fazer. “Se isso acontecer, infelizmente, a greve perde o sentido”.
Ponta Grossa
Nesta quarta-feira, a segunda fase da paralisação dos professores da UEPG completa 49 dias. Ontem, alunos do 5.º ano de Direito da universidade conseguiram uma decisão judicial para voltar às aulas a partir de hoje. Segundo o presidente da Seção Sindical dos Docentes da UEPG, Marcelo Bronosky, o departamento jurídico da entidade já fez uma petição para entrar como terceiro interessado na ação e garantir o direito de greve aos professores do curso. “A decisão também descumpre a decisão do Conselho Universitário, que suspendeu o calendário universitário”, explica
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Leia a matéria completaA primeira fase da greve da UEPG começou no dia 10 de fevereiro, reivindicando, entre outras pautas, o pagamento imediato do terço de férias, garantia da verba de custeio para as universidades estaduais, participação na formulação do projeto de autonomia universitária, retirada do projeto de reforma da Paranaprevidência, ampliação do quadro de servidores efetivos e contratação imediata dos aprovados em concursos públicos.
Apenas parte dessas reivindicações foi atendida. O terço de férias foi pago no dia 30 de março, e a universidade recebeu verba do custeio relativa ao primeiro trimestre de 2015. No dia 12 de março a greve foi retomada, pelo descumprimento dos acordos por parte do governo do estado. Ontem, professores fizeram uma manifestação em frente ao prédio do Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, João Carlos Gomes, contra a omissão da secretaria diante dos pautas das universidades estaduais.
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