Professores entraram em confronto com policiais nesta terça-feira (28) em frente à Assembleia Legislativa| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A APP-Sindicato, que representa os professores em greve, afirmou que vai recorrer da decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) que determina a volta dos profissionais às salas de aula. Em caso de não cumprimento, a liminar do desembargador Luiz Mateus de Lima prevê o pagamento de multa diária no valor de R$ 40 mil, o dobro do que tinha sido estipulado na primeira fase da greve, em março. Para os professores, a média de adesão à greve nesta terça-feira (28) foi de 90%. O governo estadual, no entanto, estima que 60% dos professores tenham ficado de braços cruzados.

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Servidores da Saúde

Os servidores estaduais de saúde do Paraná aprovaram em assembleia na manhã desta terça a retomada da greve. Em fevereiro, a categoria tinha feito uma paralisação por dois dias. De acordo com Renata Almeida, diretora do SindSaúde, o atendimento mínimo de 30% do público estipulado em lei está sendo cumprido.

De acordo com Marlei Fernandes, diretora da APP-Sindicato, a decisão da Justiça é arbitrária. “Nossa área jurídica vai recorrer assim que recebermos formalmente a notificação”, disse. A medida prevê que o presidente da APP-Sindicato, Hermes Silva Leão, comunique a decisão aos filiados – em até 5 cidas –, sob pena de uma multa diária de R$ 500. Também proíbe os grevistas de impedir o acesso de outros servidores a prédios públicos, indicando que está autorizado o uso de força nesses casos.

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O mesmo conteúdo de decisão foi aplicado pelo desembargador aos sindicatos das universidades estaduais, com uma previsão de multa de R$ 10 mil para a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Sinduepg) e de R$ 500 para seu presidente, Marcelo Bronosky.

Além disso, o governo do Paraná anunciou que iria descontar os dias parados do salário dos professores que aderiram ao movimento nesta segunda. Segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seed), os núcleos regionais de educação estão orientados a repassar ao governo a relação completa dos profissionais que aderiram à greve.

“Essa greve ainda não foi julgada pela Justiça e o fato de ter sido anunciado que os dias seriam descontados mostra o autoritarismo do governador Beto Richa (PSDB)”, disse Marlei Fernandes.

Rotina de estudo

A primeira fase da greve dos servidores durou 29 dias e, desde esta segunda-feira (27), o total de dias letivos perdidos voltou a aumentar. Para Liliamar Hoça, professora do curso de Pedagogia da Universidade Positivo, os alunos devem manter a rotina de estudos para não saírem penalizados. “A paralisação não é um novo período de férias, nem um recesso. É preciso aproveitar as novas tecnologias para continuar estudando”, orientou.

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De acordo com Liliamar, uma boa maneira de fazer isso é acessando sites confiáveis e criando grupos em redes sociais para a promoção de troca de ideias sobre os conteúdos escolares. “Também não podemos esquecer que existem bibliotecas públicas e refazer tarefas e exercícios ainda é o único meio para assimilar matérias que precisam de memorização”, afirmou.

Já o conteúdo curricular deverá ser analisado com cuidado pelos professores. “Uma perda de dias letivos tão grande pode levar a uma aceleração na transmissão de conteúdos prejudicial aos alunos. Para isso não acontecer, os professores precisarão restabelecer seus objetivos de aprendizagem.”

Outro ponto essencial é o foco nas reposições de aulas. O professor de pedagogia da PUCPR Reginaldo Rodrigues Costa afirma que muitas vezes elas são vistas como menos importantes que as aulas normais. “As famílias devem participar desse processo e estimular os estudantes a comparecer”, afirmou.