Os professores da rede estadual de ensino promovem um dia de paralisação em todo o Paraná nesta quarta-feira (19). O ato faz parte de uma mobilização que ocorre em todo o país, organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE). A maior movimentação no estado ocorre em Curitiba, com uma passeata pela manhã até Palácio das Araucárias nesta tarde, onde ocorre também uma reunião entre professores e o secretário Estadual de Educação, Flávio Arns.
Com o movimento, os alunos que estudam em instituições estaduais (ensino fundamental e médio) não têm aula. A APP Sindicato, entidade que representa os professores no estado, estima que quase 100% das escolas estão de portas fechadas. A retomada das atividades normais nesta quinta-feira (20) é dada como certa. No entanto, a diretriz pode sofrer alterações, dependendo do resultado da reunião entre a classe trabalhista e o governo.
Silvana Prestes, secretária geral da APP, diz que 10 mil professores participam do ato na capital paranaense. "Temos mais de 10 mil trabalhadores da educação nas ruas, só em Curitiba. No interior acontecem vários atos, em cidades como Irati, Cascavel... várias regiões do estado que estão mobilizados além da capital. No dia 29 de março, temos uma assembleia estadual aqui em Curitiba para avaliar a manifestação e definir os próximos passos do movimento."
Reivindicações
A pauta de reivindicações dos professores tem 50 itens, divididos em oito grupos. As reclamações envolvem questões de salário, saúde e condições de trabalho, benefícios a funcionários da educação, benefícios de professores, reformulação de carreira, contratos temporários, direito a organização sindical e aspectos pedagógicos.
A divisão que trata dos salários, uma das mais importantes das negociações entre patrões e empregados de todas as classes trabalhistas, traz itens como aplicação de piso salarial e da lei que estabelece a data-base para o dia 1º de maio. Há ainda exigência de colocar em prática a hora-atividade, concurso público para professores e funcionários - que supra necessidades reais das escolas -, diminuição do número de alunos por turma e melhorias no Paraná Previdência.
Outro lado
A Secretaria de Estado da Educação (Seed) disse, em nota, que a mobilização dos professores é "um movimento nacional que reivindica avanços para a classe." O órgão lista alguma ações de "melhorias e valorização dos profissionais de educação", como a equiparação salarial da categoria com os demais servidores de nível técnico do executivo e aumento salarial acumulado de 50,16% em três anos. A Seed reforça que na folha de pagamento de março (a ser paga em abril) será concedida a progressão aos professores, com investimento de R$ 8 milhões por mês na melhoria salarial da classe trabalhista.
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