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Curitiba

Sindicato diz que 40% dos trabalhadores da limpeza pública estão nas ruas

Funcionários fazem a coleta de lixo na rua José Loureiro, no Centro de Curitiba | Alexandre Mazzo/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Funcionários fazem a coleta de lixo na rua José Loureiro, no Centro de Curitiba (Foto: Alexandre Mazzo/Agência de Notícias Gazeta do Povo)

O sindicato que representa os trabalhadores da limpeza pública de Curitiba diz que 40% dos funcionários executam suas tarefas na manhã desta quarta-feira (19). Dos 97 caminhões utilizados para realizar a coleta do lixo, 39 foram colocados nas ruas. Já nas equipes que fazem roçadas, varrição e que capinam passeios e locais públicos, entre os 10 grupos que atuam regularmente nesse setor, quatro estão trabalhando.

Desta forma, o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba (Siemaco) estaria cumprindo a decisão da Justiça do Trabalho. A Cavo, empresa responsável pelo serviço de limpeza, confirmou que os caminhões saíram. Manassés de Oliveira, presidente da entidade, diz que a distribuição desses veículos tem sido feita de maneira aleatória. "A informação que chegou pra gente dos trabalhadores é que a Secretaria (Municipal) do Meio Ambiente orienta que seja feita a coleta apenas na região central e nos bairros nobres."

O secretário municipal do Meio Ambiente, Renato Lima, diz que a afirmação é "absurda" e que não há beneficiamento de bairros nobres na coleta emergencial. "A região central nós temos que atender, porque é a que tem maior frequência de limpeza. Em alguns locais, ocorre duas vezes ao dia, porque é uma das regiões que produzem mais resíduos. Além do que o centro está naquela situação de locais que deveriam ter sido atendidos ontem", justifica.

Segundo Lima, embora 75 veículos da prefeitura estejam dando apoio no serviço, a coleta segue em ritmo muito abaixo do normal. "São caminhões que não têm preparação para isso", explica. De acordo com o secretário, além das áreas de maior potencial gerador de lixo, nesta quarta-feira estão sendo atendidos os pontos que deveriam ter coleta nos dois dias anteriores. "Mas não dá para atender essas áreas plenamente, porque posso atender 40% só."

A prefeitura deve divulgar ainda nesta manhã, uma escala dos locais que terão coleta de lixo. Por enquanto, a orientação segue sendo manter os resíduos em casa. Em situações extremas, a população deve levar o material aos 25 terminais do transporte coletivo da cidade, que deverão ter caminhões da Cavo ainda nesta tarde.

Conforme a assessoria da secretaria municipal do Meio Ambiente, além dos 40% de trabalhadores determinados pela Justiça, a Cavo tinha se comprometido a colocar mais 25 veículos (que chegaram a ser adesivados na noite da terça), a partir das 8 da manhã da quarta, nos terminais da capital. Representantes do Siemaco, no entanto, teriam impedido a saída dos caminhões nesta manhã. A prefeitura afirma que as negociações estão caminhando e que há expectativa de que os caminhões estejam à disposição nos terminais, a partir das 14 horas.

Nesta manhã, a reportagem da Gazeta do Povo constatou que o Centro tinha suas ruas limpas normalmente. No Batel, algum lixo além do comum podia ser visto, mas em nenhum ponto havia resíduos em excesso.

A greve

Os trabalhadores da limpeza pública rejeitaram, em assembleia, no início da manhã desta terça, uma proposta de aumento de 10% nos salários e de 15% no vale-alimentação feita pela empresa Cavo. Eles não saíram para fazer seu trabalho durante a manhã e voltaram aos seus postos de forma parcial depois de uma decisão da Justiça. Para complementar a coleta, a prefeitura colocou caminhões e equipes próprias nas ruas para fazer a coleta emergencial.

Aproximadamente 2,5 mil funcionários atuam na limpeza de ruas, avenidas, praças e outros espaços públicos. A entidade diz que o pedido dos trabalhadores é de reajuste de 20% nos salários e de 30% no vale-refeição. O máximo oferecido até agora foi o percentual que foi rejeitado em votação dos trabalhadores nesta manhã.

Nesta quarta-feira, uma reunião no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR) vai tentar uma conciliação para pôr fim à greve na limpeza pública da capital.

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