Cerca de 300 professores das escolas municipais de Araucária, região metropolitana de Curitiba, fizeram um protesto na tarde desta quinta-feira contra a demora do prefeito Olizandro José Ferreira em dar uma resposta em relação ao plano de cargo e carreiras da categoria. Os professores pedem equiparação de salários entre professores dos ensinos fundamental e médio, a manutenção da hora-atividade e da compensação de horas trabalhadas a mais.
Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária (Sismmar), Wilson Ubiratan, os professores discutem desde janeiro do ano passado o plano de cargo e carreiras com a prefeitura, mas até agora não houve uma resposta positiva. Na quarta-feira, os professores deram início a uma "operação tartaruga", liberando os alunos às 10h30, pela manhã, e às 15h30, à tarde. Segundo os manifestantes, se não receberam uma resposta até o fim da próxima semana, a categoria promete entrar em greve.
Prefeitura
O secretário de Planejamento de Araucária, João Caetano Saliba Oliveira, diz que não há recursos disponíveis para equiparar os salários dos professores do ensino fundamental com o médio. Segundo ele, com a medida a folha de pagamento consumiria 58% do orçamento, desrespeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Em nota oficial, a prefeitura de Araucária alega que a paralisação é ilegal e diz que foram abertas discussões para a implantação do plano de cargo e carreiras para todos os servidores, mas a classe do magistério não quis fazer parte do mesmo plano.
Confira alguns trechos da nota:
... a classe do magistério não aceitou participar do mesmo plano, então foi formada uma comissão específica para discutir o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) dos docentes, na qual estiveram presentes em todas as reuniões membros do sindicato (Sismmar) e professores. Após inúmeros encontros, foi elaborado um plano que foi encaminhado para a Câmara Municipal para ser aprovado. (Enquanto isso, o PCCV do quadro geral foi aprovado e já está em vigor desde janeiro, beneficiando os servidores).
Temos plena convicção de que o melhor está sendo feito e que temos muito a realizar Não existem motivos reais para essa mobilização, que está sendo interpretada como abuso de direito e desrespeito às leis, aos pais, alunos, comunidade em geral e, principalmente, ao bom andamento do sistema, encerra a nota.