Desde junho, uma proposta semelhante ao Programa Universidade Para Todos (Prouni) para o ensino técnico está na mesa da Câmara dos Deputados, em Brasília, pronta para votação. A matéria, que é uma reunião de três projetos de lei de três partidos diferentes (PT, PSDB e PSB), não tem previsão para ir a plenário e não é unanimidade entre educadores.
O professor do departamento de Planejamento e Administração do Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná, Paulo Ross, é a favor de um programa assim, de incentivo para bolsistas. "Quando do lançamento do Prouni alguns colegas eram contrários e acreditavam que era possível investir apenas na oferta de novas vagas públicas. Eu vejo o programa, porém, como uma necessidade, afinal o aluno também tem um custo elevado para a universidade pública. O curso de Física, por exemplo, forma cinco ou seis alunos no ano, usando toda uma estrutura que poderia atender mais gente."
Rede pública
Já a chefe do departamento de Educação e Trabalho da SEED, Sandra Garcia, é contrária à proposta. Ela acredita que o governo deveria se focar no aumento de oferta e fortalecimento da rede pública de ensino ao invés de incentivar a abertura de novas vagas privadas. "A dificuldade financeira não é o único motivo para a evasão escolar, é importante que o ensino oferecido também seja de qualidade, por isso defendo a ideia de que a oferta de ensino técnico tem de ser predominantemente pública."