São Paulo – O 13.º Encontro Nacional do PT aprovou, com a inclusão de 33 emendas, o texto sobre as Diretrizes do Programa de Governo, originalmente apresentado pela Comissão Executiva Nacional do partido. Todas as emendas foram aprovadas por consenso entre as várias tendências do partido, e não alteraram fundamentalmente o conteúdo da proposta original.

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Isso só não ocorreu com duas emendas apresentadas por Misa Boito e Markus Sokol, da tendência de esquerda O Trabalho, que tiveram de ir à votação. A primeira pedia a ruptura com o Mercosul, sob o argumento de que o tratado seria apenas uma espécie de "Alca ligth", ou seja, serviria aos interesses norte-americanos tanto quanto a Área de Livre Comércio das Américas. A segunda pedia o fim do superávit primário e o rompimento com os compromissos da dívida externa, porque "sangram" a população, "esmagam" os orçamentos públicos e "sacrificam" programas sociais.

O deputado Doutor Rosinha (PT-PR) defendeu o Mercosul. Disse que o tratado tem o objetivo estratégico de inserção da América do Sul na economia mundial e que não está circunscrito às relações comerciais entre os países-membros, mas na geopolítica internacional. Já o deputado José Pimentel (PT-CE) citou dados positivos da política econômica do governo Lula para criticar a proposta relativa ao superávit e à dívida.

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"O Brasil já deu o calote na dívida interna e nós sabemos quem pagou aquela conta", disse, citando o confisco do governo Collor. Na votação por contraste, o plenário derrotou as duas emendas por ampla maioria.

As discussões mais acaloradas surgiram na votação de duas das cinco emendas no texto de conjuntura e tática política. No caso da Varig, o texto aprovado por larga maioria propunha que o governo continuasse buscando "todas as alternativas" para o não fechamento da empresa e a manutenção de seu controle sob capital nacional, enquanto a outra proposta pedia a estatização da companhia.

Já a questão da Vale do Rio Doce dividiu o plenário. A deputada Doutora Clair (PT-PR) propôs que o partido desencadeasse uma campanha pela anulação da privatização da empresa.

Em contraposição, o presidente Ricardo Berzoini disse que não havia "condições políticas" para isso e sugeriu que o partido se limitasse a acompanhar de perto o processo judicial. Na contagem voto a voto, venceu a proposta de Berzoini por 358 a 305.

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