O promotor Henry Wagner Gonçalves, responsável pela acusação dos réus no processo do sequestro e assassinato da ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, Elisa Samudio, considerou "excelente" o depoimento da primeira testemunha do processo, Clayton Gonçalves da Silva.
Segundo o promotor, foi a primeira vez que uma testemunha do caso confirmou que o carro do jogador em que foram encontradas manchas de sangue da vítima seria levado para ser lavado com óleo diesel, ao ser parado em uma blitz em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. "Aquele veículo já havia passado por uma lavagem a água e as manchas de sangue não haviam sido removidas. Os acusados pretendiam com esse estratagema impedir que o sangue fosse constatado mais adiante", ressaltou.
Wagner adiantou também que na terça-feira deve promover uma acareação da testemunha com João Batista, arrolado pelo Ministério Público por ter assistido ao primeiro depoimento de Gonçalves à polícia. "Nesse depoimento, ele disse que Bruno o impediu de tomar banho na casa (do sítio em Esmeraldas) porque Elisa estava lá. E não era conveniente que as pessoas a vissem lá", disse o promotor, que lembrou que a testemunha ouvida afirmou ter sofrido "pressão psicológica" e "ameaças" da polícia. "Vamos apresentar aos jurados a tese de que ele (Gonçalves) teria cometido falso testemunho", observou.
Henry Wagner ainda comemorou o fato de o processo relativo ao ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, ter sido desmembrado após uma "manobra" da defesa do acusado. "Sem sombra de dúvida se tratou de uma manobra da defesa. Vieram de caso pensado para tumultuar e não deu certo. O propósito era muito mais extenso. Temos observado que haveria um blocão. Mas esse blocão desmoronou", avaliou o promotor, sobre uma possível manobra para a maior parte dos advogados abandonar o plenário. Para o promotor, a manobra resultou apenas no "enfraquecimento" da defesa de Bola. "Hoje seus defensores estão isolados."
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