Um protesto de "paseros", como são chamados os transportadores de mercadorias de primeira necessidade do Brasil para o Paraguai, interrompeu parcialmente ontem o trânsito na fronteira entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este. Quarenta manifestantes se reuniram na aduana paraguaia da Ponte da Amizade para exigir, mediante o pagamento das multas, a liberação de uma van apreendida há três meses por fiscais da Subsecretaria de Estado de Tributação.
Segundo o proprietário, Elizardo Mendoza, o veículo carregado com açúcar, farinha, óleo, frutas e verduras foi apreendido quando deixava o porto fluvial Três Fronteiras, em Presidente Franco, vizinha a Ciudad del Este. Apesar da pressão, a van permanecerá retida por ter sido flagrada no transporte de mercadoria contrabandeada. A lei, nesse caso, é semelhante à adotada pelos órgãos de fiscalização brasileiros.
Com a confusão iniciada por volta das 8 horas, o fluxo de carros, ônibus, motos e vans ficou lento durante toda a manhã. A fila do lado brasileiro se estendeu por um quilômetro e meio. O tráfego só foi normalizado perto das 14 horas. Na fronteira, o contrabando de mercadorias é feito nos dois sentidos. Enquanto no Brasil ingressam cigarros, eletrônicos e equipamentos de informática, os armazéns paraguaios são abastecidos com produtos como farinha, bebidas, açúcar, material de limpeza e papel higiênico.