A Polícia Civil do Paraná prendeu nesta quinta (5) uma quadrilha especializada na venda de peças automotivas falsificadas trazidas da China, durante a operação “Marca Registrada”. Ao todo, sete pessoas foram presas em Maringá, Sarandi e Ivaiporã, no interior do estado. Segundo o Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), o grupo teria movimentando cerca de R$ 60 milhões nos últimos cinco anos.
As investigações começaram há seis meses, após denúncia da Associação Brasileira de Combate a Falsificação (ABCF). De acordo com a acusação feita pelo órgão, uma empresa com sede em Maringá distribuía o material ilegal para todo o país.
“Investigamos e descobrimos que a empresa importava as peças da China, que chegavam ao Brasil em contêineres. Tudo era descarregado no Porto de Sepetiba [Rio de Janeiro] e trazido a Maringá”, explica o delegado-chefe do Nurce na cidade, Renato Figueroa.
O delegado diz ainda que, ao chegar à cidade, as peças eram embaladas em caixas feitas em uma gráfica do município, com as cópias dos códigos de barras das peças verdadeiras e guardadas no depósito. Na sequência, seguiam para São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Goiás e Bahia, onde eram comercializadas por valores bem abaixo dos praticados no mercado.
O material apreendido é feito em aço carbono, o que segundo o diretor da ABCF, Rodolfo Ramazzini, coloca em risco a segurança dos motoristas. “O material usado na fabricação é mais barato e não aguenta o tranco do dia a dia. O desgaste rápido da peça pode causar um acidente grave.”
Entre os presos está um empresário de Maringá que, segundo o delegado do Nurce, é o chefe do esquema. O homem já tem registro de passagem pela polícia, em 2012, ao tentar corromper agentes públicos.
“Ele só vendia para pessoas jurídicas, previamente cadastradas. Era tudo muito bem organizado, hierarquizado. Podemos dizer que ele é um dos maiores falsários do Brasil atualmente”, afirma Figueroa.
Os sete presos vão responder pelos crimes de associação criminosa, fraude no comércio, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e crimes de relação de consumo.
Durante as buscas, que contaram com o apoio de equipes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), foram cumpridos também oito mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva, quando o investigado é conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos.
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