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Quem critica a Samarco não conhece a empresa, diz executivo da mineradora

Quem critica a Samarco o faz por não conhecer a empresa. A afirmação é do diretor-presidente da Samarco Mineração, Ricardo Vescovi, em vídeo publicado no Youtube nesta quarta-feira (25) e dirigido aos empregados da empresa.

O vídeo foi postado 20 dias depois do rompimento de uma barragem da Samarco - controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton - em Mariana (MG), que causou um “tsunami de lama” de rejeitos de minério. A onda destruiu o distrito de Bento Rodrigues e deixou ao menos 12 pessoas mortas - sendo oito identificadas - e 11 desaparecidas.

Na gravação, Vescovi também pediu “calma” aos funcionários em relação às críticas que a Samarco tem recebido desde a tragédia.

“Tenha calma, calma e equilíbrio em relação às criticas da imprensa e da sociedade, que tem todo o direito de se manifestar. Ninguém deve esperar apoio amplo e imediato de pessoas que não conhecem a Samarco”, disse o presidente no vídeo.

Ainda segundo ele, a jornada é longa e a empresa precisa da coragem e do apoio dos seus empregados. “Temos um novo momento à nossa frente, um momento de reconstrução e de recuperação. Inclusive da recuperação da confiança das pessoas e da sociedade na Samarco.”

De acordo com Vescovi, “nenhuma palavra pode descrever a tristeza que todos estamos sentindo” e a empresa fará o que for preciso para buscar soluções e aliviar os impactos sociais e ambientais do acidente.

Um plano de monitoramento 24 horas por dia das barragens da Samarco, que previa alertar os moradores de Mariana em situações de emergência, foi encomendado pela mineradora em 2009, mas acabou sendo engavetado. Segundo a empresa que elaborou o documento, o motivo alegado pela Samarco foi a crise na economia.

“Ainda não temos respostas para todas as questões. O que aconteceu no dia 5 de novembro é algo sem precedentes na mineração mundial. E as investigações sobre as causas do acidente continuam. Somente um estudo aprofundado com uma combinação de diversas disciplinas, como geotecnia, geologia, sismologia, mecânica dos solos pode chegar a uma explicação para o que aconteceu”, disse Vescovi no vídeo.

O presidente da mineradora disse ainda que o acidente foi repentino, e não “progressivo”. “Por isso, mais do que ninguém, nós da Samarco queremos buscar todas as respostas. Queremos entender o que aconteceu, e principalmente o que precisa ser feito para que isso não se repita nunca mais.”

Com esse cenário ainda a ser compreendido, disse Vescovi, a empresa decidiu dar licença remunerada e férias coletivas para a maior parte dos empregados.

Segundo o presidente da Samarco, equipes estão em campo para garantir o fornecimento de água, alimentação, atendimentos médico e psicológico, moradia e recursos para garantir necessidades emergenciais.

Mineradoras controladoras da Samarco, a Vale é presidida por Murilo Ferreira e a BHP, por Andrew Mackenzie.

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