Com as enchentes que atingiram o Paraná nos últimos dias, autoridades estaduais e municipais se mobilizam para combater doenças relacionadas à falta de higiene e o contato com água contaminada e animais peçonhentos. Doenças como a leptospirose, transmissível pela urina dos ratos, e a diarreia, causada por bactérias na água, além de raiva e tétano, são algumas das preocupações da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) e das secretarias de saúde dos municípios afetados.
A Sesa informou em nota que preparou um material informativo, com cuidados e recomendações, para ser distribuído aos municípios e já está enviando desde domingo caixas de vacinas e remédios para combater doenças como raiva, diarreia, gripe, tétano e hepatites A e E para as regiões em estado mais crítico.
O governo do estado anunciou na segunda-feira a liberação de R$ 5,2 milhões para auxiliar 86 municípios. O recurso é uma antecipação do repasse de custeio do programa VigiaSUS, que apoia as ações de vigilância sanitária nas cidades. Em Curitiba, a prefeitura está distribuindo água sanitária, ou hipoclorito de sódio, para fazer soluções desinfetantes que descontaminem a água, além de informar a população sobre os cuidados na prevenção da leptospirose.
Na 4.ª regional da Sesa, na região de Irati, uma das mais afetadas pelas cheias, foram recebidas mil cartelas de tamiflu, para combater a gripe, 500 caixas de soro antitetânico, 300 caixas de vacina tríplice viral e 200 caixas de vacina dupla bacteriana. "Foram disponibilizados dois helicópteros também, um da polícia rodoviária e outro do exército", informou o diretor João Almeida Jr.
Quanto à saúde, a situação está sob controle, segundo ele. "O nosso maior problema é o acesso a três municípios que estão isolados por causa das enchentes. Não sabemos como está a situação por lá porque as comunicações estão cortadas", informa. Os municípios são Teixeira Soares, Rebouças e Rio Azul. No resto, a regional tem 554 desabrigados e 5.962 desalojados. "Estamos distribuindo as vacinas para as pessoas que estão nos abrigos por uma questão de segurança."
Alerta
O superintendente de vigilância em saúde da Sesa, Sezifredo Paz, diz que as ações continuam e que agora a preocupação é monitorar a incidência das doenças pelos próximos dias. "As pessoas estão agora voltando para suas casas e precisamos observar casos de doenças causadas por animais peçonhentos e outros agravos das chuvas, como diarreia e leptospirose". Ele recomenda que, ao apresentar sintomas como febre e dor de cabeça após o contato com a água das cheias, ou ainda contato com animais peçonhentos, como aranhas e cobras, procurar qualquer unidade de saúde.