São Paulo A companhia aérea Gol sugeriu ontem uma opção para o ministro da Defesa, Nelson Jobim, caso queira voar com mais conforto. Segundo David Barioni Neto, vice-presidente técnico da empresa aérea, o ministro pode viajar pela Varig comprada pela Gol em março deste ano. Durante depoimento à CPI do Apagão Aéreo no Senado, quarta-feira, Jobim falou sobre o desconforto durante os vôos e determinou o aumento do espaço entre as poltronas das aeronaves.
"A idéia da Gol em relação à Varig é exatamente ter um serviço melhor para clientes premium. Caso a vontade do ministro Jobim e da demanda é esta (de ter maior espaço nos assentos), vamos ampliar a Varig para atender este perfil", disse o executivo durante coletiva da apresentação dos resultados do primeiro semestre deste ano.
Especialistas criticaram a decisão de pedir às empresas aéreas que aumentem o espaço para os passageiros dentro das aeronaves brasileiras através da redução do número de poltronas. A conseqüência imediata será o aumento do preço das passagens por causa da redução da oferta, afirmaram. Como se não bastasse, dizem os especialistas, é provável que a redução da oferta acarrete também em mais overbooking (venda de passagens maior que o número de assentos disponíveis).
Ontem, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Mílton Zuanazzi, disse que a agência vai abrir uma consulta pública, dentro de no máximo 15 dias, para a discussão da proposta de aumentar o espaço entre as poltronas. Ele afirmou que a Anac já vinha analisando a questão do "espaço vital" dentro das aeronaves porque há muitas reclamações.
Ele explicou que, como se trata de um assunto de direito econômico, é preciso que seja feita uma consulta pública, que deve durar 30 dias. Mas Jobim disse que vai cobrar da Anac uma definição imediata sobre o assunto, acrescentando que espera ver o assunto resolvido este ano.
Ontem, Zuanazzi e Jobim se encontraram durante a cerimônia em que a foto do ministro foi colocada na galeria dos ex-presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF).