O policial civil Délcio Augusto Rasera, preso sob a acusação de chefiar um esquema de escutas telefônicas ilegais, compareceu na tarde desta segunda-feira (11) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Grampo, mas não pôde ser ouvido. Dos quatro deputados necessários para realizar o depoimento, apenas três compareceram.
A presença de Rasera foi cercada de expectativa. Chegou-se a cogitar que ele não comparecesse à sessão ou que não respondesse às perguntas dos deputados, caso conseguisse um salvo-conduto.
O advogado de Rasera, Luiz Fernando Comegno, adiantou que iria pedir o adiamento do depoimento. Não precisou. A ausência do deputado Natálio Stica (PT) e a conseqüente falta de quórum fizeram com que o depoimento fosse adiado e Rasera só deve ser ouvido na quinta-feira (14), data confirmada pela CPI. O petista alegou que precisou ir a um hospital para realizar exames médicos, e por isso não pôde estar presente no depoimento.
A sessão estava marcada para as 17 horas. Rasera chegou com dez minutos de antecedência e partiu dez minutos depois do horário combinado. Ainda não é certo que ele seja obrigado a responder aos parlamentares, já que até o fim da tarde desta segunda-feira a Justiça não havia se manifestado sobre o salvo-conduto.
Sete deputados fazem parte da CPI. Três deles, os de oposição, abandonaram a Comissão por não concordar com a ampliação da investigação para os últimos 12 anos. Jocelito Canto (PTB), Antonio Anibelli (PMDB) e Duílio Genari (PP) foram os três que compareceram.