A rebelião promovida por 90 presos no Bloco 3 da Casa de Custódia de Maringá (CCM), no Noroeste do Paraná, já dura mais de 24 horas. Apesar das negociações com os presos terem sido retomadas desde as 6h30 desta terça-feira (30), por equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar, o motim continuava até as 15h30.
No começo da rebelião, sete agentes penitenciários foram feitos reféns, mas dois foram liberados, sendo que um deles precisou ser levado para o Hospital de Sarandi, por causa de agressões sofridas que provocaram ferimentos em suas costas.
Os presos pediram inicialmente assistência jurídica, médica e melhoria na qualidade da alimentação. O maior entrave, porém, parece ser o pedido de transferência de presos, item que não deverá ser atendido, haja vista que recentemente o governo do estado editou uma resolução que proibia qualquer tipo de transferências de detentos pedida durante rebeliões. A expectativa das forças de segurança é de que a rebelião termine ao longo do dia.
Segundo informações da polícia, cerca de 200 presos tentaram tomar a unidade mas, com a ação da segurança, apenas o grupo de 90 conseguiu dominar o bloco. Apesar de nenhuma facção criminosa ter reivindicado a liderança do movimento, um dos presos que entregou a lista de reivindicação integra o Primeiro Comando da Capital (PCC). A rebelião teria iniciado quando os detentos começavam a ser recolhidos novamente para as celas no meio da tarde desta segunda-feira (29).
Essa é a 24ª rebelião em cadeias e penitenciárias no estado em 2014. A Casa de Custódia tem 650 vagas e atualmente está com 636 homens. A rebelião acontece semanas depois de parte de a unidade ter sido reconstruída, após uma rebelião ocorrida em setembro de 2011. Na ocasião, os detentos reclamavam da demora no andamento dos processos, de maus tratos e da qualidade da comida.
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Anthony Johnson, informou que, ao longo de 2014, 53 agentes foram feitos reféns devido às rebeliões. "Alguma coisa está errada. Esperamos que o governo mude a estratégia e melhore as condições de trabalho para os agentes", afirma.
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