Entidades médicas prestam solidariedade a médica Virgínia

A médica Virgínia Helena Soares de Souza recebeu no último domingo (7) uma visita de solidariedade de duas entidades de representação da categoria. O presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira, e o presidente licenciado do Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar), Mário Ferrari, encontraram-se com Virgínia no escritório do advogado dela.

O encontro foi o primeiro ato de órgãos de representação dos médicos a favor da ex-chefe da UTI geral do Evangélico desde que tornaram-se públicas as denúncias contra ela em fevereiro deste ano. Os representantes frisaram, porém, que não avalizam os procedimentos da médica e esperam a conclusão do caso na Justiça.

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A Polícia Científica do Paraná entregou nesta segunda-feira (8) ao Ministério Público do Estado (MP-PR) um relatório que mostra novos dados sobre o trabalho da médica e ex-chefe da UTI do Hospital Evangélico de Curitiba, Virgínia Soares de Souza, 56, acusada de homicídio qualificado e formação de quadrilha pela morte de sete pacientes.

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Segundo o relatório, que reúne prontuários de janeiro de 2006 a fevereiro deste ano, dos 346 casos analisados, em 317 deles os pacientes morreram no mesmo dia em que houve prescrição médica de Virgínia Soares, segundo dados divulgado pela revista Veja e pela Agência Estado. Para o advogado de defesa, Elias Mattar Assad, o relatório não tem valor científico. "Discordo dessa conclusão, pois não é científica e um conjunto de coisas que não provam é igual à prova nenhuma", afirma.

Sobre a médica Virgínia, recai a acusação de provocar mortes - juntamente com outras sete pessoas também indiciadas pelo MP - por meio do uso de medicamentos que provocariam paralisações musculares. Os pacientes morreriam por asfixia. "Em conversa com minha cliente, ela reafirmou que tudo o que foi feito dentro da UTI está compreendido na literatura médica e questionou se, caso tivesse feito algo errado, deixaria essas supostas evidências nos prontuários?", diz.

O caso permanece sendo investigado pelo Núcleo de Repressão a Crimes Contra a Saúde (Nucrisa) e teve início em março do ano passado por meio de denúncias anônimas de pessoas que atuavam na UTI junto à Corregedoria do Estado, que as repassou ao Ministério Público. Outros 21 casos continuam sendo investigados pela polícia, assim como diretores do hospital nos últimos anos.