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Um bom projeto de educação é aquele que nos ajuda a pensar, e não necessariamente a seguir o que já está posto. Nesse sentido, o trabalho desenvolvido pela professora Karla Ferri, da Escola Municipal Vila Zanon, acertou em cheio. Com suas turmas de 5.º ano, a docente trabalhou questões de gênero e diversidade na infância em um projeto intitulado “Diversidade Étnico-Racial e Relações de Gênero”. A escola fica em Curitiba, no bairro Tatuquara.

Toda essa reflexão iniciou a partir da leitura de uma reportagem da Gazeta do Povo intitulada “Mais letal ataque a tiros abala os Estados Unidos”, publicada no dia 13 de junho deste ano. A matéria relata o ataque ocorrido na boate Pulse, em Orlando, uma casa noturna frequentada pelo público LGBT, na qual foi confirmada a morte de 50 pessoas. “O texto foi explorado em grupos e, em seguida, discutido coletivamente. Um brainstorming foi realizado e registrado em um mural, para os alunos depois produzirem um artigo de opinião.” Contou a professora Karla.

Esse foi apenas o empurrão inicial para quebrar os paradigmas entre os próprios alunos. Para trazer o debate à realidade da turma, discutiram sobre a separação entre brinquedos de menino e brinquedos de menina. Após alguns vídeos e livros sobre o tema da diversidade, os alunos chegaram a uma brilhante conclusão: o problema não está na escolha do brinquedo, e sim no julgamento feito às escolhas de cada um, que acabam virando ofensa.

Conscientização na prática

Feita a reflexão, chegou a hora de passar o conhecimento adiante. Inspirados pela leitura dos livros, os educandos produziram um quadro comparativo entre coisas de menino e coisas de menina. “O combinado foi que cada um experimentasse fazer uma atividade oposta ao que é socialmente estabelecido para o seu gênero e relatasse a experiência no dia seguinte.” Relatou a docente.

O trabalho ainda se estendeu até as famílias das crianças para aferir o nível de entendimento dos pais acerca do assunto. Foi elaborada uma pesquisa que cada um levou para responder em casa e, com base nas respostas, os alunos fizeram análise de gráficos do material coletado.

Para finalizar, depois de tantas análises, discussões e reflexões, os alunos elaboraram cartazes que foram espalhados por toda a escola a fim de estimular o bom convívio e a celebração da diversidade. Frases como “Um menino pode brincar de boneca, isso não faz dele uma menina” entre outras, foram pensadas para alertar agressores acerca do respeito às diferenças. As crianças aprenderam de maneira divertida que respeito é bom, todo mundo gosta e é um direito assegurado a todas as pessoas.

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