Sindicato aconselha pilotos a não voar
Um dos sindicatos de pilotos da Air France, o Alta, aconselhou os filiados a não voarem em modelos Airbus A-330 e A-340 até que a companhia realize a substituição de ao menos dois dos três tubos de pitot o sistema que afere a velocidade dos aviões. O pedido foi feito com base nos indícios de que uma falha nos sensores de velocidade teve papel importante na queda do Airbus A330-200 que realizava o voo 447, entre o Rio e Paris. Por "uma questão de preocupação", a companhia aérea americana US Airways também iniciou ontem a troca desses equipamentos.
Airbus fez "recall" do Aerolula
Brasília - Quarenta e cinco dias antes da tragédia com o avião da Air France que caiu no Atlântico, a Airbus enviou ao Brasil um comunicado recomendando que o A319CJ, o avião presidencial brasileiro, "incorporasse pitot probes". Em nota oficial, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cconsaer) disse ontem que a Airbus explicitou o motivo da recomendação: o pitot probe serve para "melhorar a eficiência do equipamento na indicação de velocidade em condições de gelo". O avião do acidente era um Airbus 330-200. Investigações preliminares mostram que o mau funcionamento dos pitots em situações de baixa temperatura pode ter provocado uma pane no controle dos equipamentos de aceleração do jato, tornando a velocidade inadequada para uma área de grande turbulência.
A Aeronáutica informou que ainda está avaliando se troca ou não o pitot do Aerolula, como é conhecido o Airbus A319CJ da presidência da República. O Comando da Aeronáutica informou que o avião presidencial passa, no momento, por revisão programada em São Carlos, no Centro de Manutenção da TAM.
Conforme a nota oficial, trata-se de recomendação e não de obrigação de troca da peça. A nota diz ainda que a sugestão nada tem a ver com o desastre ocorrido com o Airbus 330-200 da Air France.
Agência Estado
Recife e São Paulo - Os primeiros 16 corpos resgatados pela força-tarefa coordenada pela Aeronáutica e pela Marinha brasileiras devem chegar hoje na fragata Constituição ao Arquipélago de Fernando de Noronha (PE), oito dias após o acidente com o voo 447 da Air France. O acidente matou 228 pessoas ao cair no trajeto entre o Rio de Janeiro e Paris. Ontem à tarde, as equipes de resgate localizaram mais oito corpos, 440 quilômetros a nordeste do Arquipélago de São Pedro e São Paulo. Eles foram recolhidos pela fragata Bosiso, que já se encaminha para Noronha. A área onde foi localizada a maior parte dos corpos até agora está a 69,5 quilômetros do ponto de envio do último sinal de pane do voo 447. Mas alguns corpos já foram resgatados numa área que fica além dos limites jurisdicionais brasileiros, em águas internacionais.
Ontem, os militares retificaram a informação anteriormente divulgada sobre a quantidade de corpos resgatados até domingo de 17 para 16. Dessa forma, 24 corpos já foram localizados e resgatados. A fragata francesa Ventôse havia notificado à Marinha brasileira, no domingo, o resgate de oito corpos. No entanto, ontem, quando foi feita a transferência das vítimas para a Constituição, em barcos menores, constatou-se que havia sete. A Ventôse também participou ontem da localização de corpos.
Apesar de ter sido tratado com discrição, o erro causou constrangimento entre os militares brasileiros. O mal-estar fez o tenente coronel Henry Munhoz anunciar que, a partir de agora, só serão divulgadas informações sobre corpos quando estiverem em embarcações brasileiras. "Também não vamos mais informar o sexo das vítimas. Caberá ao Instituto de Medicina-Legal (IML) de Pernambuco, se assim o desejar, fazer a divulgação."
Em Fernando de Noronha, ocorrerá a perícia inicial nos corpos (veja mais no quadro). Depois, eles serão transferidos de avião até o Recife, onde o governo estadual reforçou a estrutura do IML para absorver a demanda se essa for demasiada, o órgão, que conta com 105 legistas e 167 peritos, está preparado para transferir as atividades de rotina para hospitais públicos.
O número de objetos e pedaços do avião encontrados não para de crescer, o que dificulta os trabalhos. Desde a noite de domingo, alguns destroços de grande porte foram visualizados e içados pelos navios. "Temos sido reportados pelas tripulações, que afirmam que os navios estão circulando em meio a um mar de destroços", destacou o tenente coronel.
Buscas
O comando militar enfatizou que as buscas continuam de forma ininterrupta e estão concentradas nos pontos onde supostamente foram avistados os novos corpos. "É importante reforçar que, apesar de estarmos concentrando as operações de resgate em uma área perto de São Pedro e São Paulo, continuamos checando outras áreas, onde foram avistados pontos que podem ser corpos. Corpos avistados não serão abandonados em nenhuma hipótese", garantiu o capitão de Fragata Giucemar Tabosa.
Às 19 horas, em entrevista coletiva, o comando militar também fez questão de enfatizar seu empenho no resgate. "Em 2006 (no acidente com o Boeing da Gol), tínhamos 154 corpos na Amazônia, que ninguém acreditava que conseguiríamos resgatar. Não deixamos ninguém para trás. Hoje, temos nessa Amazônia azul mais de 200 corpos nos esperando. Esperando o nosso resgate. Gostaríamos que todos soubessem que nosso objetivo é não deixar ninguém para trás", afirmou Munhoz.
Atualmente, a operação de resgate conta com 255 militares da FAB, deslocados para Natal (RN), Recife e Fernando de Noronha (PE), e 14 aviões 2 da França. Outros 570 militares da Marinha atuam na área, em 5 embarcações 1 fragata da França também participa das buscas. O helicóptero H-34 deslocou-se ontem de Natal para Fernando de Noronha. Ele e o Blackhawk estão preparados para recolher os corpos resgatados, na Fragata Constituição, quando a embarcação estiver a uma distância máxima de 400 km de Fernando de Noronha.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo brasileiro fará o possível para encontrar todos os corpos dos passageiros do voo 447. "Vamos fazer todo o esforço que estiver ao nosso alcance para encontrar tudo o que for possível encontrar", disse, ao encerrar seu programa semanal "Café com o Presidente". "Encontrar os corpos neste momento de dor não vai resolver o problema, mas já é um conforto imenso para a família."
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