Se para o Ippuc a revisão do Plano Diretor recupera o papel do órgão no olhar sobre a cidade para os próximos 50 anos, para o arquiteto e urbanista Clóvis Ultramari, professor da UFPR e do programa de mestrado e doutorado de Gestão Urbana da PUCPR, a revisão do Plano Diretor de Curitiba neste momento, embora devida pelo Estatuto da Cidade, é desnecessária. “Dada a nossa tradição no planejamento urbano, acredito que uma revisão agora, dessa magnitude, seja desnecessária. Não se tem sintomas de que é preciso reinventar a cidade. Ainda temos uma consolidação do planejamento dos últimos 50 anos em andamento. Minha preocupação é de que com a criação de novos eixos a ocupação nos já existentes seja fragilizada.”

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Curitiba e o plano da “não mobilidade”

Revisão do Plano Diretor sugere novos eixos de adensamento e bairros mais autônomos a partir do modelo trinário de transporte da capital e seus BRTs

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Já o professor Salvador Gnoato, também do programa de Gestão Urbana da PUCPR, considera a proposta para o novo Plano Diretor interessante, coerente, mas teme um adensamento em torno dos novos eixos na velocidade em que ocorreu em vias como a Avenida Sete de Setembro. “Eles foram violentamente adensados, na minha opinião, porque todo mundo queria construir ao longo do BRT. É preciso mais calma”, alerta ele.

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A Curitiba de 2024. Entenda

Discussão sobre a revisão do Plano Diretor da capital paranaense avança na Câmara Municipal. Antes de ir para votação, uma última audiência pública deve ser realizada em agosto próximo. Fique por dentro:

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Segundo Ultramari, as pessoas esperam muito do Plano Diretor, quando na verdade as mudanças importantes ocorrem no detalhe, no microdesenho urbano. “Acredito que revisar um Plano Diretor em um momento de efervescência da apologia à bicicleta, por exemplo, não é bom. A bicicleta é importante, mas – sei que vão me matar por dizer isso – não acredito que ela vá resolver o transporte numa cidade grande”. Para ele, a ciclomobilidade ainda precisa de um tempo de maturação nas cidades brasileiras antes de se falar em grandes transformações a partir dela.