No mesmo dia em que o balanço da Secretaria Estadual da Educação (Seed) anunciou que apenas 27 escolas ainda estavam ocupadas no estado, o governador Beto Richa (PSDB) fez uma análise do movimento de ocupações dos colégios estaduais do estado. Richa sustentou que a reação à Medida Provisória 746, que reforma o ensino médio, seria na verdade uma reação à gestão Michel Temer (PMDB).
“Essa manifestação de ocupação era uma reação à medida provisória do governo federal, proposta que já era discutida no governo do PT. Com um projeto de lei apresentado por um deputado do PT também. Mas como foi apresentada [ao Congresso] pelo atual governo, gerou toda essa reação, principalmente de sindicatos ligados a partidos de extrema esquerda”, afirmou.
O governador também disse estranhar o fato de o Paraná ter sido o estado com mais ocupações. “Só no Paraná que invadiram um número tão expressivo de escolas. E isso me gera alguma estranheza. Tivemos 850 escolas invadidas. Poucos alunos dentro, em detrimento da maioria que queria adentrar as escolas para estudar, aprender e cuidar da sua formação, do seu futuro”, criticou.
A proposta de reforma
O texto inicial que propunha uma reforma para o ensino médio foi apresentado pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) em 2013. A própria ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em uma propaganda eleitoral de 2014, abordou em partes o assunto ao apontar o “excesso” de disciplinas na base curricular do ensino médio como uma das causas da alta evasão nessa faixa de ensino.
A proposta do congressista petista, entretanto, foi apresentada via projeto de lei – formato em que é possível maior tempo para discussões quando comparado com uma medida provisória. A MP enviada pela gestão Michel Temer contou com alterações propostas do próprio Ministério da Educação em cima de um projeto substitutivo elaborado pelo deputado Wilson Filho (PTB-PB) em cima do projeto do deputado Lopes.
As primeiras ocupações de escolas estaduais no Paraná ocorreram no dia 4 de outubro. Estudantes secundaristas estão protestando contra a reforma do ensino médio proposta via Medida Provisória pela gestão Michel Temer e também à PEC 241, que cria um teto de gastos para o governo limitado à inflação do ano anterior.
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