Glomb, da OAB-PR: “Não estamos no Afeganistão.”| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

O quinto caso de ação truculenta de policiais militares em menos de um mês ligou um sinal de alerta na corporação. De acordo com o corregedor-geral da PM, coronel César Vinícius Kogut, os episódios não são casos isolados, mas ainda não há uma avaliação concreta do que está acontecendo. "Ter um ou dois [casos de abuso policial] por mês já preocupa. Mas quando é contínuo acende a luz de alerta e o comandante está preocupado com isso", disse, em entrevista coletiva. "Não estamos no Afeganistão. A Polícia precisa ter mandado para entrar na casa das pessoas e aquela situação não remetia a qualquer perigo", disse o presidente da seção Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil entidade, José Lúcio Glomb, criticando a entrada da PM na casa sem mandado judicial.

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Glomb também reclamou da prisão da advogada Andréia Cândido Vítor, que estava no local da confusão no Bairro Alto. "Ela solicitou a presença de um advogado da OAB e não foi atendida. Ela não poderia ter sido presa daquela forma e ainda foi vítima de preconceito racial, o que é um crime inafiançável". Ele pediu o afastamento imediato dos policiais envolvidos.

Em Foz do Iguaçu para um evento, o governador Beto Richa cobrou uma investigação rigorosa do caso. "Havendo realmente a responsabilidade destes policiais que eles sejam punidos até de forma exemplar para que não aconteça mais", afirmou.

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De acordo com Kogut, esses casos podem demonstrar uma falha na capacitação dos policiais. "Estamos estudando para saber se há falha em capacitação para que a corporação não tenha tantas denúncias seguidas." A tese, porém, é rechaçada por Richa. "Nossos policiais recebem uma boa formação, com forte conteúdo de direitos humanos. No entanto, excessos podem acontecer."

Investigação

O Grupo Especial de Atua­­­­ção e Combate ao Cri­­me Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, recebeu formalmente a denúncia sobre a denúncia de agressão, tortura e racismo contra moradores do Bairro Alto. O promotor Leonir Batisti, coordenador do grupo, disse que há indícios de excessos da PM. "Vamos investigar, individualizando condutas, ou seja, identificando o que cada um dos policiais fez", disse. Batisti adiantou que os PMs identificados a partir das imagens podem ser submetidos a procedimento de reconhecimento pessoal.