A Secretaria Municipal de Saúde fará campanha de vacinação contra caxumba em presídios do Rio. Desde fevereiro, 93 casos da doença foram registrados entre os presos. Desses, 13 estão em isolamento, 19 em observação e 61 já retornaram ao convívio com os outros detentos. O Rio enfrenta surto de caxumba – foram registrados 658 casos suspeitos desde o início do ano; 52 deles na última semana. Em 2014, houve 561 notificações.
Os últimos casos em presídios ocorreram no Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste. São três presos diagnosticados com a doença, agora isolados. Agentes e detentos que tiveram contato com eles foram vacinados com a tríplice viral.
Em nota, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária informou que os presos com suspeita de caxumba “são isolados (...) para não propagar o vírus, recebendo tratamento adequado”. A Secretaria Municipal de Saúde informou que já recebeu o pedido das vacinas para a campanha de imunização. Serão vacinados os presos que não tomaram as duas doses recomendadas da tríplice viral.
O Estado do Rio tem 68 focos de caxumba. Os casos ocorreram na capital (554 registros), em Niterói, no Grande Rio, e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Exames descartaram que a única morte suspeita tenha ocorrido por caxumba. Foi o caso da adolescente de 14 anos que morreu com sintomas de encefalite (inflamação do cérebro) após 11 dias internada. Na escola em que estudava, na zona oeste, houve mais 43 casos suspeitos. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, informou que a maioria dos pacientes não havia sido vacinada.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde informou não haver evidência de epidemia no Rio. “O aumento do número de casos está sendo objeto de investigação. Diferentes hipóteses estão sendo analisadas. Estão sendo investigados, por exemplo, dados como a incidência de casos de pessoas já vacinadas, em comparação a não vacinadas ou que não completaram o ciclo vacinal (ou seja, que não tomaram as duas doses da vacina). Outra hipótese pode ser a possibilidade de redução da eficácia da vacina ao longo dos anos.”