O chefe estadual da Casa Civil, Valdir Rossoni, e o secretário da Segurança Pública, Wagner Mesquita, anunciaram na última sexta-feira (1°.) um reforço nas ações policiais e a ampliação da fiscalização de órgãos estaduais em Quedas do Iguaçu e região, que é tomada por conflitos agrários. A medida, segundo nota da direção regional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), teria sido uma maneira de reprimir o movimento “até tirá-los da área“ ocupada. Rossoni, porém, nega que o envio de policiais tivesse esse objetivo. Policiais e integrantes do MST entraram em confronto na quinta-feira (08) e dois adeptos do movimento morreram.
“Situação no local é tensa; era uma bomba-relógio”, diz assessor fundiário
Leia a matéria completa“Foram enviados policiais para reforçar a segurança na cidade e nas proximidades. Não há orientação para qualquer repressão na área dos assentamentos”, diz. Rossoni argumenta que solicitou reforço de policiais na região devido à saída de integrantes da Força Nacional, no mês passado, que ficaram por quase 60 dias na localidade.
Segundo ele, é preciso investigar o que motivou o conflito que culminou com a morte de dois integrantes do MST. “A violência nunca é a solução para nada. Os policiais jamais iniciariam um confronto e não havia nenhuma reintegração de posse, por exemplo, para ser cumprida”, afirma Rossoni. Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) afirmou que os policiais foram vítimas de uma emboscada e que eles foram ao local para tentar ajudar a combater um incêndio.
O MST diz que a polícia foi ao assentamento para tentar retirar o grupo, que ocupa, desde julho de 2014, as terras da Araupel, empresa de reflorestamento e que os membros do movimento é que foram vítimas de emboscada. “O ataque da PM aos Sem Terra aconteceu após o Deputado Rossoni assumir a Chefia da Casa Civil do Governo do Paraná e, que, coincidentemente, esteve em visita ao Município de Quedas do Iguaçu, no dia 01 de abril de 2016, acompanhado do Secretário de Segurança Publica do Paraná, Wagner Mesquita, além de representantes das cúpulas da policia do Paraná, que determinaram o envio de um contingente de mais de 60 PMs para Quedas do Iguaçu”, diz a nota da direção estadual do MST.
Na nota, o movimento exige “imediata investigação, prisão dos policias e seguranças, e punição de todos os responsáveis – executores e mandantes- pelo crime cometido contra os trabalhadores rurais Sem Terra”. Também pede a retirada dos PMs da localidade.
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