O australiano Rye Hunt, desaparecido desde o dia 21 de maio após brigar com o amigo e deixar o Aeroporto do Galeão, sozinho, teria tido um surto após consumir uma droga chamada “Michael Douglas”, como é popularmente conhecida a MDMA (3,4-metilenodioxi-N-metilanfetamina).
O MDMA é o princípio ativo do ecstasy, que ganhou as festas americanas na década de 1980, quando também foi proibida. Diferente da “bala”, que aumenta a euforia e a sensação de empatia, mas com adulterantes, como cafeína, anfetamina e LSD, ela vem em forma de cristais e pó – uma forma de se diferenciar dos compridos com aditivos. Nos EUA, ele é conhecido como ‘Molly’, e no Brasil é chamado de ‘MD’ ou ‘Michael Douglas’.
A droga age no sistema nervoso central, liberando neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina, envolvidos no controle do humor, termorregulação e sono. Entre os sintomas, estão sensibilidade ao toque, percepção de cores mais fortes, aumento da energia física e mental. O aumento da frequência cardíaca e da temperatura corporal são também efeitos de curto prazo. Por isso, o consumo de água é constante entre usuários.
Geralmente em pó ou cristal, o MDMA pode ser colocado debaixo da língua ou misturado num líquido, muitas vezes ao álcool. O efeito dura de duas a oito horas, mas é totalmente eliminado do organismo até 48 horas depois do uso. O “auge” ou “pico” das sensações dura menos de uma hora, em média. Um grama da droga custa de R$ 100 a R$ 400, e em geral é compartilhada por duas ou três pessoas na noite. Por causa do valor, é mais comum entre consumidores das classes média e alta. É mais caro do que o ecstasy (em torno de R$ 40), exatamente pela propaganda de “pureza”.
Consequências do uso da droga
No curto prazo, ela eleva a frequência cardíaca e a pressão arterial, além de causar tremores, sudorese, aumento da temperatura corporal e tensão muscular, bruxismo, náuseas, vômitos, dor de cabeça, hiperatividade, alucinações, psicose e ataques de pânico. Casos de morte por overdose estão geralmente relacionados a insuficiência renal, hepática, hipertermia grave, entre outros. Também pode ocasionar acidente vascular cerebral, crises convulsivas e taquicardia.
No longo prazo, ela causa dependência e provoca a destruição de neurotransmissores. Os principais problemas psiquiátricos relacionados ao uso são: quadros esquizofrênicos, síndrome do pânico e depressão. Há ainda perdas na função cognitiva, como redução da memória e da concentração. Pessoas com propensão podem desenvolver doenças cardiovasculares.
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