Com uma solução parcial, a Santa Casa de Campo Mourão vai reabrir em fevereiro o pronto atendimento do Sistema Único da Saúde (SUS) à população da região por um período definido inicialmente em 30 dias.
Durante este prazo, representantes do município e do Estado vão acompanhar o custo do serviço que havia sido interrompido em novembro, sob a alegação de que os repasses do convênio não cobriam a manutenção do pronto-socorro. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (23) na prefeitura, após uma reunião tensa entre o secretário estadual de Saúde, Michele Caputo Neto, a prefeita Regina Dubay (PR), o presidente da Santa Casa, Paulo Davidoff, e membros de entidades ligadas a Saúde.
Durante o encontro, a prefeita de Campo Mourão chegou a anunciar que estaria disposta a abrir mão da gestão plena da Saúde na cidade se não ocorresse a reabertura do pronto-socorro. O presidente da Santa Casa apresentou uma planilha de custo mensal do serviço estimada em R$ 520 mil. Governo e prefeitura querem avaliar se o valor apresentado se confirma com o pronto-socorro em funcionamento. Apenas os serviços básicos de pronto atendimento serão ofertados durante o prazo. Até a interrupção do serviço, a Santa Casa recebia repasses de cerca de R$ 240 mil. O estado repassava R$ 120 mil através do Hospsus, a prefeitura de Campo Mourão R$ 60 mil e os demais 25 municípios da região R$ 62 mil.
"Não há uma posição definitiva, é apenas um balão de ensaio para confirmar os números apresentados", disse Davidoff. Segundo ele, se não houver aumento nos repasses, o pronto socorro poderá ser fechado novamente, após o período. "Os números são concretos e baseados em custos reais. Se o gastos não forem cobertos, não podemos arcar com prejuízos", falou o presidente da Santa Casa.
O secretário Caputo disse que com a avaliação de números será possível ver a necessidade do aumento da verba para o serviço. "Não temos culpa se a o ex-gestor (o advogado Elmo Linhares que renunciou a presidência do hospital em dezembro) não fez uma avaliação correta dos números. O Estado cumpriu sua parte e houve um rompimento unilateral do convênio", disse o secretário.
Caputo e a prefeita Regina prometem empenho para aumentar os repasses, se os números apresentados pela Santa Casa se confirmarem. "Não temos dinheiro sobrando para a área, mas vou me empenhar para que os vereadores aprovem um remanejamento de verba. Também vamos conversar com os municípios da região para que isto aconteça", disse a prefeita. O pronto socorro deve ser reaberto no primeiro dia de fevereiro.
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