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A Justiça Militar decretou a prisão preventiva do sargento Cesar Alexandre Alves de Oliveira, suspeito de fornecer equipamentos de comunicação da Polícia Militar para uma quadrilha investigada por roubos a caixas eletrônicos. O objetivo era monitorar a frequência dos radiocomunicadores da corporação durante os assaltos aos terminais bancários.

O envolvimento do PM com a quadrilha foi descoberto na quinta-feira da semana passada, quando investigadores da Polícia Civil cumpriram mandado de busca e apreensão em um apartamento no bairro do Cambuci, região central da capital, onde funcionava uma espécie de central de comunicação dos bandidos. Foram encontrados, entre diversos materiais, dois rádios de comunicação com números de patrimônio da PM - um deles dava acesso ao Comando de Policiamento da Capital.

A Corregedoria da Polícia Militar foi acionada e apurou que os aparelhos saíram do Centro de Suprimento e Manutenção de Material de Telecomunicações (CSM/Mtel) da PM. O sargento Oliveira pediu aos colegas que os equipamentos fossem programados com as frequências de todas as unidades de policiamento ostensivo do estado, sob o pretexto de colocá-los na sala de gerenciamento de crise, mas acabaram indo direto para as mãos dos bandidos.

Confissão

O sargento foi logo identificado como o responsável por retirar os equipamentos. Em depoimento à Corregedoria, ele acabou confessando o crime.

Disse que foi procurado por um rapaz chamado Leandro, no mês de abril, e que recebeu a proposta para fornecer os equipamentos. A entrega aconteceu na região central e o sargento afirmou que recebeu R$ 30 mil em dinheiro. Parte do valor (R$ 9 mil) depositou no banco, a outra deixou em casa para gastos em atividades do cotidiano, de acordo com ele.

A confissão do suspeito não foi suficiente para livrá-lo da cadeia. Em seu despacho, o juiz-corregedor Luiz Alberto Moro Cavalcante considerou que o sargento “em liberdade terá livre acesso ao quartel, terá farda e armamento para trabalhar. Terá o convívio dos demais policiais militares de serviço. No entanto, não será digno de confiança. Logo, a sua liberdade nesta fase é um disparate”.

O magistrado deferiu os pedidos da Corregedoria pela quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal do policial militar, além de perícia em três celulares apreendidos na residência dele.

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