A presidente Dilma Rousseff afirmou, na manhã desta sexta-feira (13), que não há negociação envolvendo o programa Mais Médicos.
"Saúde é inegociável", disse ela, em entrevista às rádios Cultura Globo e Educadora Jovem Pan no aeroporto de Uberlândia. Ela participará de solenidade de formatura de alunos do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) na cidade mineira.
A presidente já havia usado uma formatura do programa em Campinas para defender o Mais Médicos.
"Respeito muito os médicos brasileiros, que têm alta qualidade. Eles dão uma grande contribuição. Mas não podemos olhar de onde vem o diploma. Os EUA têm 25% dos profissionais formados no exterior. Na Inglaterra são 35%. No Canadá, acima de 20%. Sabe quanto é no Brasil? 1,78%. Olha a discrepância. Os países ricos vão e importam médicos. E nós, que precisamos de médicos, que somos um país de dimensão continental, não temos médicos nas periferias, no interior, na região norte", disse a presidente.
De acordo com Dilma, não basta ter Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) ou prédios e equipamentos.
"É necessário médicos. Primeiro, tentamos atender a população com médicos formados no Brasil. Depois, tivemos que buscar estrangeiros. Ficou visível na primeira etapa do programa que parte dos médicos que se inscreveram não foram trabalhar. Por isso, vamos preencher agora com médicos estrangeiros [...] A gente não negocia saúde."
O programa é alvo de resistência na classe médica. Na quinta-feira (12), o vice-presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, afirmou em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) que o Mais Médicos será um "engodo".
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