Apesar de estar na ponta final e mais abundante do maior rio do Paraná, a população de Foz não é abastecida pelo Iguaçu. A água que chega à casa das pessoas na cidade da fronteira vem do lago artificial da hidrelétrica de Itaipu, formado pelas águas de outro rio, o Paraná. E é aí que a seca que assola São Paulo acaba tendo reflexo em terras paranaenses. Nada que represente, contudo, risco de falta de água para os moradores de Foz do Iguaçu.
INFOGRÁFICO: Veja a localização de cada rio
A cidade não experimenta a mesma fartura de água registrada em Curitiba e região, mas não vive problemas de abastecimento como em 42 cidades do Paraná, conforme reportagens da Gazeta do Povo nos últimos dias.
O Rio Paraná se forma da união dos rios Grande e Paranaíba, na divisa entre São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. E na porção paulista o curso hídrico está tão fraco por falta de chuvas que navegações chegaram a ser suspensas em alguns pontos. Porém, ao chegar ao Paraná o rio está sendo reabastecido por chuvas e volta a ter um nível normal.
Contudo, a Itaipu informou à Sanepar sobre planos para operar o lago com menos reserva de água. Hoje, o nível fica em 219 metros em relação ao nível do mar. O sistema de captação para abastecimento da população está instalado na altitude de 215 metros, mas a hidrelétrica pretende passar a operar com o lago a 210 metros. Ou seja, abaixo da entrada de água.
Semelhante à estrutura montada no sistema Cantareira, em São Paulo, para coletar o chamado "volume morto" das represas, uma plataforma flutuante está sendo instalada no lago de Itaipu com investimento de R$ 10 milhões e previsão de término de instalação em novembro para conseguir captar água em qualquer nível do reservatório. Mesmo com a fartura de água no Iguaçu, a Sanepar pretende continuar usando o lago de Itaipu como fonte de água para Foz. Como o Iguaçu está em uma altitude bem mais baixa do que a cidade, o rio não é usado para captação, pois seria necessário gastar muito dinheiro em estações elevatórias e bombeamento com energia elétrica.
É importante frisar que, atualmente, não há risco de desabastecimento em Foz por problemas de matéria-prima está sobrando água. A Itaipu informou que, em alguns dias de outubro, operou acima da média para atender a demanda expressiva por causa das altas temperaturas. Mas a produção de energia está longe de se aproximar do recorde mundial batido em 2013. Até o momento, a geração está 10% abaixo do ano passado e é 6% inferior à média dos últimos cinco anos. A assessoria de imprensa da usina nega qualquer relação entre a seca em São Paulo e a operação da hidrelétrica.
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