A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo realiza a partir desta segunda-feira (27) um censo inédito para tentar descobrir o número real de pessoas vivendo com hepatite C no estado. De acordo com a pasta, 68.297 casos foram notificados em São Paulo desde 2000, o que representa 0,1% da população paulista. Para a pasta, no entanto, o número não corresponde à realidade, já que estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que cerca de 3% da população mundial tenha a doença.
Para participar do censo, os portadores de hepatite C deverão preencher um cadastro no site da secretaria. Para aqueles que não sabem se portam a doença, a secretaria recomenda a realização do teste em qualquer posto de saúde.
“Sem conhecer a real prevalência da doença, fica difícil definir uma melhor política pública de prevenção e tratamento. Com o censo, teremos condições de aprimorar essa política”, diz Marcos Boulos, coordenador de controle de doenças da secretaria e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Os moradores da capital paulista poderão fazer o teste nesta segunda durante um mutirão de testes gratuitos na região central. O serviço será promovido no Instituto Clemente Ferreira, na Avenida da Consolação, 717, das 9h30 às 16 horas. Os resultados saem em cerca de uma hora e os pacientes com diagnóstico confirmado serão encaminhados para serviços de referência.
A hepatite C é transmitida por meio de contato com sangue contaminado e, na maioria dos casos, é assintomática. Mesmo assim, pode causar complicações agudas ou problemas crônicos, como a cirrose hepática.
A secretaria recomenda que façam o teste todos os integrantes dos grupos de risco para a doença, como usuários de drogas injetáveis, filhos de mães infectadas, parceiros de portadores do vírus e pessoas com tatuagens e piercings.
O censo e o mutirão são promovidos em comemoração ao Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, celebrado na terça-feira (28).
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