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Secretaria de Educação culpa professores por demora na distribuição de aulas em Curitiba

Professores durante distribuição de aulas em  Curitiba | Reprodução/RPC
Professores durante distribuição de aulas em Curitiba (Foto: Reprodução/RPC)

As novas etapas de distribuição de aulas na rede estadual de ensino estão previstas para ocorrer a partir da quarta-feira (8) e não devem contar, segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seed), com mudanças para evitar o tumulto da semana passada. Na última sexta-feira, professores do quadro efetivo do estado chegaram a ficar 20 horas na fila para tentar definir a grade horária das aulas deste ano. Em nota, nesta segunda-feira, a Seed informou nesta segunda-feira (6) que “foram os próprios participantes da distribuição de aulas que optaram por seguir até tarde na sexta-feira”.

Os registros de demora, ainda segundo a Seed, se devem “ao alto volume de profissionais, à sobrecarga do sistema e ao tempo que cada profissional levou para escolher suas aulas”. A secretaria afirma que as informações que os professores precisam sobre escolas e setores com vagas estão disponíveis no sistema.

Não é isso, no entanto, o que os docentes relatam ter ocorrido na última distribuição. “Antes o sistema era manual, mas dividido por setor. Agora, é informatizado, mas por ordem alfabética. Não mostra o setor a que a escola pertence, os professores ficam sem saber o bairro do colégio”, comenta uma professora que preferiu não ter o nome divulgado. Ela ficou até a madrugada de sábado tentando participar do processo no Colégio Estadual Professor Francisco Zardo, no bairro Santa Felicidade. Foi para casa sem resolver o compromisso e precisou retornar nesta segunda pela manhã. “Hoje, ainda tinha 20 pessoas para pegar aula”, diz.

O atendimento levou cerca de duas horas e foi facilitado, segundo ela, pela ação de um técnico da Celepar, que passou por e-mail aos professores a listagem de escolas com vagas disponíveis para quem precisava completar a carga horária. Na distribuição na sexta, uma das reclamações dos professores era justamente a falta de informações sobre onde eles poderiam lecionar.

“O professor que tinha que falar a escola que queria. Imagine quem é de fora”, assinala outra docente. Ela esperou mais de nove horas para ser atendida.

Outro ponto criticado pelos professores é o número dos chamados excedentes – docentes lotados em uma determinada escola, mas que não conseguem completar toda a carga no mesmo colégio. Com a redução no total de hora atividade da categoria, foi preciso procurar novos colégios para se encaixar. E em alguns casos, as aulas ficaram “picadas” e há professores já se programando para lecionar em cinco colégios diferentes.

Ainda assim, a Seed tem classificado o processo como transparente. “O governo do Estado procura aprimorar o sistema para agilizar o processo, tanto que este ano o procedimento é totalmente informatizado e mais transparente”, afirma o órgão em nota.

Conforme a secretaria, a distribuição de disciplinas afins (como física e matemática) concentradas num mesmo local buscou facilitar a logística para os professores, “que não precisam se deslocar de um ponto a outro para pegar aulas caso sejam concursados em mais de uma disciplina”. A capital concentra, segundo a Seed, o maior número de professores do estado – 8,7 mil concursados, e mais de 160 escolas.

Na quarta (8), deve ocorrer a distribuição de aulas extraordinárias para professores lotados nas escolas e, na quinta-feira (9), para os excedentes.

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