TJ-PR vai avaliar suspeita

O Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná vai avaliar a denúncia de fraude em concurso para juiz substituto realizado em 2006.

De acordo com a revista Veja, o ministro do Supremo Tribunal de Justiça, Paulo Medina, investigado na Operação Furacão, teria interferido para que o seu genro, o advogado mineiro Leonardo Bechara Stancioli, fosse aprovado.

Segundo a revista, o inquérito da PF contém gravações onde Medina garante ter conseguido que a sustentação oral do concurso fosse feita por "outra pessoa" e que a banca já estava informada sobre o seu genro.

Leonardo passou em 17.º lugar, informação publicada no edital do TJ em 28 de novembro do ano passado.Leia reportagem completa

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OAB-PR pede rigor na apuração sobre fraude no concurso do TJ

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) secção Paraná pediu nesta terça-feira (24) rigor nas investigações sobre irregularidades no concurso do TJ.

"A denúncia é grave e dever ser investigada", disse o presidente da OAB Paraná, Alberto de Paula Machado.

A denúncia, publicada pela Revista Veja, mostra que o advogado Leonardo Bechara Stancioli teria sido aprovado em concurso para juiz por interferência do ministro do Superior Tribunal de Justiça, Paulo Medina, envolvido nas acusações da Operação Furacão.

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A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) enviou nesta terça-feira uma série de documentos para a Polícia Federal com informações, relevantes na visão da secretaria, para a condução das investigações da "Operação Hurricane" (Furacão) - deflagrada no dia 13 de abril, contra um esquema de exploração de jogos ilegais envolvendo o poder judiciário. Entre os magistrados presos na ação da PF, está o desembargador Ricardo Regueira, do Tribunal Federal Regional da 2.ª Região, que teria ligação à concessão de liminares autorizando a reabertura de duas casas de bingo em Curitiba em maio de 2006. A Sesp suspeita que Regueira teria sido o responsável por argumentar para que o desembargador Sérgio Schwaitzer, relator do processo, mudasse seu voto e concedesse a liminar para as casas de bingo do Paraná.

Por conta desta suposta ligação do esquema com as casas de bingo do Paraná, com empresários, advogados e outros envolvidos com a exploração do jogo ilegal no estado, o secretário, e promotor de justiça sub judice, Luiz Fernando Delazari está encaminhando à PF nomes de empresas, sócios, advogados e também uma relação de juízes e desembargadores responsáveis pela liberação temporária da exploração dos bingos no Paraná.

Anexado ao ofício, Delazari, segundo a assessoria da secretaria, enviou levantamento feito pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) com informações e detalhes de autorizações judiciais concedidas a casas de bingo no Paraná.

"É curioso que o desembargador preso na operação tenha participado diretamente na liminar que autorizou a abertura de duas casas de bingo em Curitiba. Queremos que a PF inclua em suas investigações esta possível ramificação da máfia da jogatina no Paraná", argumentou Delazari.

A decisão judicial favorável aos bingos, que a secretaria suspeita de envolvimento de Regueira, foi contestada pelo governo do Paraná no Supremo Tribunal Federal (STF). Na época, a presidente do STF, ministra Ellen Gracie, suspendeu a decisão que autorizava o funcionamento dos bingos.

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