A secretária de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, Luciana Temer, disse nesta quarta-feira (13) que uma praça construída na região da Luz será destinada a viciados da cracolândia.
Em entrevista à TV Folha, ela afirmou que a ideia é que o local tenha atividades culturais e esportivas para a população.
Atualmente, os usuários se aglomeram na alameda Dino Bueno, no que é conhecido como fluxo, muitas vezes fechando completamente a passagem pela via.
“Estamos fazendo uma praça e a ideia é ofertar para que essas pessoas fiquem em local adequado. Isto é redução de danos. A gente vai convidar o fluxo a ir para a praça”, disse.
Luciana diz estar preparada para críticas. “A gente entende que o local da praça é a melhor opção possível”, afirmou.
“Espalhar não é benéfico para a cidade. Com eles concentrados a gente consegue trabalhar melhor.”
A secretária disse acreditar que há uma mudança na forma de enxergar o uso de drogas e que o programa de redução de danos - em que se oferece trabalho ao dependente, sem internação e com controle do uso da droga - é o mais eficaz.
“O mundo está mudando a forma de enfrentar a droga. Durante muito tempo se entendeu que o combate ao tráfico e ao crime organizado era a solução para questão da droga. Hoje acho que ninguém mais acredita nisso. De fato, não funciona”, disse.
Luciana defende que a prova disso é o aumento da prisão de traficantes no decorrer dos anos. “Melhorou alguma coisa? Não, as cenas de uso de crack só aumentaram nesse período.”
Ela afirma não ser contra a internação, mas que ela perde o sentido para muitos dos usuários da cracolândia, que não tem família.
“Se você pegar uma pessoa [da cracolândia] e internar por seis meses pode ser que ele fique ótima. Se ela não tem família, para onde ele vai depois? Ele vai voltar para a rua e vai voltar para o tráfico”, afirmou.
Completa duas semanas nesta quarta a operação iniciada pela prefeitura para impedir a montagem de barracas na área da cracolândia. Segundo a administração, elas eram usadas por traficantes comercializarem entorpecentes.
No primeiro dia, a operação provocou tumulto e confronto entre os dependentes de drogas e policiais. Houve bombas de gás, barricadas de fogo, “guerra” de pedras e comerciantes correndo para fechar as portas. Ao menos dois usuários e um PM ficaram feridos.
Na semana passada, um grupo de usuários de crack voltou a entrar em confronto com a GCM (Guarda Civil Metropolitana). Os viciados jogaram pedras e paus nos guardas para impedir que eles continuassem a limpeza do local. A GCM então, de acordo com comerciantes locais e moradores, revidou com bombas de efeito moral para dispersar os usuários. Em nota, a prefeitura nega que tenha havido qualquer tipo de disparo feito pela GCM. O confronto durou cerca de 20 minutos.
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