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O secretário de Segurança Pública do Pará, Geraldo Araújo, acusou nesta segunda-feira (20) o governo federal de não promover a reforma agrária e de assentar famílias sem terra para levar a paz ao campo, o que tem provocado violências como a ocorrida no sábado, durante confronto armado entre integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e seguranças da fazenda Castanhais, do complexo de fazendas Espírito Santo, em Eldorado dos Carajás, no sul do Estado. "Está comprovada a ineficácia dos órgãos da União em fazer a reforma, tanto que ela está criando um órgão na Amazônia para fazer isso", atacou Araújo. Para ele, este é um problema social que não pode ser resolvido pela polícia. "Reforma agrária também é dar saúde e educação a quem precisa", acrescentou.

Ao contestar acusações feitas por entidades dos fazendeiros sobre a negativa do governo estadual em cumprir liminares de reintegração de posse de fazendas invadidas, Araújo afirmou que a polícia tem feito várias desocupações. "Não basta retirar as famílias de agricultores das fazendas e colocá-las às margens de estradas, porque elas retomam a terra logo que a polícia vai embora". O secretário lembrou o caso de uma fazenda no município de Castanhal, na região do nordeste paraense, que foi reocupada na semana passada menos de 48 horas depois de a polícia ter retirado os sem terra do local.

O desembargador aposentado Otávio Marcelino Maciel, ouvidor agrário estadual, pensa de maneira diferente de Araújo. Para Maciel, o confronto armado em uma das fazendas do grupo do banqueiro Daniel Dantas "era previsível". Segundo ele, o Estado "deveria ter investido em ações preventivas" para evitar a violência, principalmente na região entre Eldorado dos Carajás e Xinguara. "Não houve isso", disse o ouvidor.

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