Veja entrevista com secretário de Educação, ele comentou os problemas que a pasta enfrenta
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O secretário estadual de Educação, Altevir Rocha de Andrade, determinou, nesta terça-feira (7), que 4.800 docentes que estão afastados de suas atividades devem voltar à sala de aula. Eles estão participando do projeto de formação continuada Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), mas terão de se apresentar imediatamente aos núcleos regionais de educação que estiverem jurisdicionados, com a disponibilidade a dar aulas. Isto vai ocorrer porque estes professores vão suprir a falta de professores que está afetando o calendário escolar de 2010.
De acordo com a coordenadora do setor de Recursos Humanos da Secretaria de Estado de Educação (Seed), Siloé Loures Costa, a medida é emergencial e deve durar até o dia 22 de dezembro, quando começam as férias dos professores. "Estão faltando cerca de 600 professores em sala de aula e a escola não pode finalizar o ano letivo com a carga horária ou calendário incompletos. Os professores que fazem parte do PDE estão finalizando suas atividades, sabemos isso por relatos. Por isso, nesse momento, vamos recorrer a eles para suprir essa emergência", justifica.
Para Silóe, as atividades realizadas no programa de formação continuada não serão prejudicadas. "Eles estão, praticamente, em férias antecipadas, porque a quantia de ações nos cursos já diminuiu. Então, eles não serão prejudicados", argumenta. De acordo com a coordenadora, se os professores que voltarem às salas de aulas tiverem alguma atividade nas universidades onde estão desenvolvendo o PDE, haverá flexibilidade de horário.
Ainda segundo a coordenadora, todos os professores foram chamados para não ser necessário utilizar algum critério de escolha que pudesse ser injusto. "Não posso chamar por número ou ordem alfabética", comenta. A chamada em caráter emergencial começou a ser feita nesta terça-feira (7) e a expectativa do órgão é que na quarta-feira (8), alguns destes professores já estivessem em sala. "Já falamos com algumas regionais no interior, e os professores estão aceitando bem", afirma Siloé.
Sindicato é contrário
A medida, anunciada nesta terça-feira, pelo secretário de Educação, durante entrevista ao telejornal ParanáTV da RPCTV, não foi aceita com tranquilidade pelos representantes do sindicato da classe. O secretário de imprensa da APP Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Paraná, Luiz Carlos Paixão, assegura que o governo teria outras formas de resolver o problema. "O Executivo precisa autorizar a abertura de novos contratos, para substituições, ou proceder com a nomeação de aprovados em concursos públicos", reclama.
De acordo com ele, o PDE pode ficar prejudicado com a ação. "O programa é um dos melhores do país. Essa medida intempestiva poderá colocar em jogo a qualidade do PDE e dos trabalhos desenvolvidos pelos professores", aponta Paixão.
O sindicato deve se reunir com o secretário nesta quarta-feira (8) para tentar modificar essa decisão. "Não sabemos se há possibilidade de retornar essa decisão, mas explicaremos para o secretário como essa situação pode ser negativa", explica.
Nos últimos dias, a classe fez uma série de manifestações solicitando resolução para problemas como atraso no pagamento de professores temporários e concessão de licenças e progressões na carreira.
O PDE
O Programa de Desenvolvimento Educacional é um projeto do governo do Paraná para promover a formação continuada dos professores que fazem parte da rede pública de ensino no estado. Em parceria com universidades públicas, os professores da educação básica desenvolvem atividades de formação com os docentes do ensino superior. O programa visa o retorno do professor ao desenvolvimento de pesquisa em educação.Sem substitutos
No início de novembro, servidores do setor administrativo dos núcleos de educação da Seed passaram a substituir professores que solicitam licenças médicas ou licença-maternidade e atuam nas 2,1 mil escolas da rede estadual. A substituição normalmente era feita com a contratação de professores temporários, por meio do Processo Seletivo Simplificado (PSS), que está suspenso. Segundo a Seed, em média cerca de cem professores solicitam esses tipos de licença mensalmente.
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