A cada troca de turno, récnicos e auxiliares de farmácia e de enfermagem do Hospital Cajuru comemoravam as novas adesões à paralisação. Por medo de retaliações e descontos nos salários, eles registraram a participação na manifestação em um livro-ata que, ao final do dia, somava 75 nomes.

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Concentrados ao lado do portão de entrada do hospital, os grevistas relataram terem sido alvo de agressões verbais durante o dia. "Alguns médicos passaram por aqui e disseram que não precisavam da ajuda ‘destes circulantes’ lá dentro, mas nós fazemos tudo ali", disse uma das manifestantes, que pediu para não se identificar. "Sem a gente, o hospital não sobrevive, mas para notarem isso todo mundo teria que parar", disse outro funcionário. "R$ 635 este é o valor da sua vida na minha mão", informava um cartaz dos grevistas.

Na entrada do pronto-socorro, dois auxiliares que não aderiram à greve afirmaram que o único problema na emergência estava no fato de o atendimento estar mais lento. "Minha prioridade é atender os pacientes. Eles não têm culpa se eu ganho mal", disse uma auxiliar ao explicar por que não se juntou aos grevistas.

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Na UTI, uma funcionária do setor relatou que duas pessoas fazem o trabalho que geralmente é feito por quatro pessoas. "Só está sendo feita a medicação, porque isso é prioridade", relatou a grevista.

Pedidos

O advogado do Sindesc, Raphael Struszike, presente na concentração em frente ao Hospital Pequeno Príncipe, explicou que os profissionais pedem um aumento de R$ 120 no auxílio-alimentação (que hoje é de R$ 130), 10,5% de aumento nos salários e 25% nos pisos da categoria que variam entre R$ 545 e R$ 725. "A greve tem que gerar tumulto porque se não gerar transtorno não incomoda ninguém e assim não tem aumento", justificou.