Hospital Municipal de Foz. Serviços públicos da cidade podem ser paralisados se verba não for reforçada, diz a prefeitura| Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo

O Governo do Paraná tem o prazo de dez dias, contados a partir desta quinta-feira (11), para responder à administração pública de Foz do Iguaçu se atenderá ou não as demandas geradas pelo decreto que instituiu “situação excepcional de emergência” no serviço gratuito de saúde do município, anunciado nesta quarta (10) pela prefeita interina da cidade Ivone Barofaldi (PSDB).

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Em coletiva de imprensa, a gestora e o procurador de Foz do Iguaçu, Vitor Hugo Nachtygal, justificaram que o orçamento de R$ 192 milhões previsto para 2016 acabou em julho. Agora, a expectativa é de que sejam necessários mais R$ 36 milhões para manter o sistema de saúde do município até o final do ano.

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“No mês de maio este orçamento já estava sendo suplementado. Em julho acabou”, afirmou o procurador, que acumula a função de presidente da Comissão Administrativa do Hospital Municipal de Foz do Iguaçu (HMFI). “Daí em diante a saúde tem sido tocada por meio de recursos adicionais. A questão prática é que o serviço de forma alguma pode ser paralisado. Contamos com o estado para nos ajudar no que for possível”, destacou.

De acordo com Ivone, o serviço público de saúde em Foz do Iguaçu “está à beira do caos” e uma resposta positiva ao decreto é importante para autorizar a prefeitura a tomar ações necessárias para manutenção dos atendimentos na área, tanto para a atenção básica quanto para os serviços de urgência e emergência.

Foz do Iguaçu passa por um momento delicado em sua administração pública desde que o então prefeito do município, Reni Pereira (PSB), foi apontado como um dos personagens principais de um escândalo criminoso instalado dentro da prefeitura. O esquema - investigado pela Polícia Federal na Operação Pecúlio - teria desviado ao menos R$ 4 milhões em recursos destinados à obras de pavimentação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Pereira cumpre prisão domiciliar enquanto aguarda continuidade do processo criminal em que figura como réu por crimes como corrupção ativa e passiva, formação de organização criminosa, fraude à licitações, entre outros delitos.

“O serviço público de Saúde em Foz do Iguaçu está à beira do caos. A situação é muito crítica e precisamos somar todos os esforços possíveis para garantirmos a continuidade dos atendimentos nos postos de saúde, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e no Hospital Municipal”, argumentou Barofaldi.

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Sede da 9ª Regional de Saúde, o serviço público de Saúde de Foz do Iguaçu é referência para os municípios de Itaipulândia, Matelândia, Medianeira, Missal, Ramilândia, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu e Serranópolis do Iguaçu.

“As conversas com a Secretaria Estadual de Saúde estão bem avançadas, porém, nada ainda foi definitivamente fechado. Por meio da publicação deste decreto, deixamos de forma clara ao governo do Paraná que, se nada for feito, o risco de suspendermos os atendimentos existe. Esta é a nossa realidade no momento”, completou Ivone.