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TRANSPORTE COLETIVO

Sem previsão de horários, passageiro metropolitano espera mais por ônibus

Passageiros de Colombo reclamam de falta de informações e desequilíbrio na oferta de ônibus para a cidade. | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Passageiros de Colombo reclamam de falta de informações e desequilíbrio na oferta de ônibus para a cidade. (Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo)

A desintegração financeira da Rede Integrada de Transportes de Curitiba ainda não trouxe a prometida melhora no sistema metropolitano. Além do encurtamento de linhas e mudanças na forma de pagamento, passageiros também não estão contando temporariamente com as previsões de horários, um serviço que era comum nos tubos e terminais. E ainda estão passando mais tempo a espera do ônibus.

A Gazeta do Povo esteve em três pontos de embarque para cidades da região metropolitana na última semana para cronometrar o tempo de espera pelos ônibus. As três linhas medidas transportam mais de 30 mil pessoas pagantes por dia útil. Comparando os dados enviados por Urbs e Comec, é possível notar que o crescimento no tempo de espera médio por duas linhas ultrapassa 75% no pico e em todas elas a espera é maior fora desse período. Na avaliação de usuários ouvidos pelo jornal e da própria reportagem, o intervalo médio praticado pelas duas gestoras está pouco maior agora. Mas a espera se tornou ainda maior no chamado entre pico, período entre 9 e 17 horas.

Na segunda-feira (7), por volta das 15h40, o embarque na linha Pinhais/Rui Barbosa só foi possível quase uma hora depois da chegada da reportagem. Nesse meio tempo, passaram apenas dois ônibus dessa linha e sete da também expressa Centenário/Campo Comprido. O resultado disso foi o tubo abarrotado de passageiros metropolitanos, tumulto para embarque e desembarque na linha urbana e uma sofrida viagem até a cidade vizinha. A Comec informou que esse foi um problema pontual por conta de um pneu furado.

O teste foi refeito no mesmo tubo após as 17 horas na última sexta-feira (11) e o tempo médio de espera caiu consideravelmente: 5 minutos. O cobrador que trabalha no local disse que os intervalos entre ônibus da Pinhais/Rui Barbosa realmente estão maiores, mas apenas fora dos horários de pico. A Informação ratificada por passageiros.

“Esse ônibus sempre foi cheio, mesmo em dias que não está chovendo. Não dá nem para respirar direito. Mas o intervalo entre eles nesse horário não mudou não”, disse Cassilda Motta, que utiliza a Pinhais/Rui Barbosa toda semana, sempre após as 17 horas.

Já quem vai para Colombo diz estar sentido uma dupla mudança. O ligeirinho Colombo/CIC foi um dos cinco cujo trajeto foi alterado pela Comec. Essa linha tinha 43 Km de extensão e agora vai apenas até o Cabral. Mas os passageiros lamentam ter notado outra mudança: eles têm esperado mais pelo ônibus. “Faz mais de 20 anos que eu pego ônibus para Colombo e é sempre esse mesmo inferno. Mas este ano piorou ainda mais. E eles colocam tudo junto, no mesmo horário”, reclamou Alzira Freitas. Segundo o órgão estadual, os atrasos dessa linhas nas últimas semanas decorre de obras de recapeamento na avenida Monteiro Tourinho.

No escuro

E essa espera pelo ônibus tem ocorrido às cegas. Os painéis luminosos deixaram de exibir as previsões de horários das linhas metropolitanas. Segundo a Urbs, os equipamentos poderiam continuar sendo compartilhados, mas isso depende de Comec disponibilizar informações do GPS dos veículos. Todos os ônibus da RIT tinham esses equipamentos até o início deste ano, mas a Comec optou por trocar todo o sistema de bilhetagem dos seus ônibus (veja mais ao lado).

Quando realizou a cerimônia de apresentação dessa nova bilhetagem do sistema metropolitano, o governador Beto Richa e o secretário do Desenvolvimento Urbano, Ratinho Júnior, haviam prometido que os passageiros dessas linhas teriam informações em tempo real sobre a localização dos ônibus no smartphone. Mas isso depende da instalação dos GPS. A promessa era de que tudo estivesse pronto até o final deste ano.

Segundo a Comec, o prazo foi adiado para março de 2016 por conta de uma dificuldade técnica na transição do sistema anterior para o atual. A instalação dos GPS depende da retirada do veículo de operação e 80% da frota já estão com os novos equipamentos, diz o órgão. O App Ônibus + já está disponível nas lojas virtuais, mas sua completa utilização depende da conclusão dessa migração técnica.

Colaborou Getúlio Xavier

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