Pelo menos quatro unidades da Fundação Casa localizadas na zona leste de São Paulo estão sem vigilância porque a empresa responsável faliu. A informação foi confirmada terça-feira (22) pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) após fuga de 33 internos da unidade Guaianases, uma das que não contam mais com a segurança privada e teve agentes socioeducativos adaptados para exercerem a função de vigilantes.

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Somente neste mês, já foram cinco fugas em unidades da capital e da Região Metropolitana. Considerando o ano inteiro, a Fundação Casa totaliza pelo menos oito casos em que 184 internos escaparam. A maioria foi recapturada.

“Nós já estamos tomando (providências). Pedimos para a Secretaria da Segurança Pública para que em alguns locais em que a Fundação Casa tem mais vulnerabilidade haja uma presença maior da polícia. Nós tivemos uma empresa de segurança que faliu, e aí a fundação está fazendo com os próprios funcionários”, explicou Alckmin. O governador informou que os locais têm “retaguarda” da PM.

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A empresa que era responsável pela segurança na unidade de Guaianases era a Anviseg Segurança e Vigilância. De acordo com João Faustino, diretor de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e à Família do Estado de São Paulo (Sitraemfa), a empresa chegou a ficar “meses sem pagar os funcionários”. Representantes da Anviseg não foram localizados terça-feira, para comentar o caso.

Faustino explicou que o problema ocorre desde o início do ano. Quando os seguranças da Anviseg não ganhavam o salário, acrescentou o sindicalista, eles deixavam de trabalhar e os agentes socioeducativos é que tinham de fazer o serviço do grupo contratado para garantir que os internos não escapassem dos locais.

Treinamento

“Nossos agentes não têm treinamento necessário para fazer esse tipo de serviço. Quando os menores fogem, eles vão correndo para cima dos funcionários, machucando qualquer um que tentar impedir a fuga”, disse Faustino.

A Fundação Casa, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que “o descumprimento contratual começou em maio deste ano”, mas não detalhou qual seria o descumprimento citado. Ainda de acordo com a entidade, os servidores que foram adaptados estão trabalhando “em regime de hora extra”. O Estado questionou que tipo de treinamento os funcionários têm para que consigam ser adaptados em uma função à qual não estão habituados, mas a Fundação não respondeu. Também não foi informado quando uma nova empresa será contratada para fazer a vigilância.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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