Um grupo de cerca de mil integrantes do Movimento Sem-Terra (MST) realizaram nesta terça-feira (25) uma passeata por ruas do Centro de Curitiba. Assim como acontece em outras capitais do país, eles cobram agilidade na realização da Reforma Agrária. O grupo também reivindica cestas básicas, infra-estrutura e crédito agrícola.
A jornada nacional de lutas do MST quer o assentamento das 150 mil famílias acampadas em todo o Brasil. Só no Paraná seriam mais de sete mil famílias à espera de terras. Segundo o representante da coordenação paranaense do MST, José Damasceno, a mobilização em Curitiba não tem data para terminar.
Em conseqüência da manifestação, algumas vias ficaram parcialmente interditadas, como a Silva Jarim, João Negrão, Sete de Setembro e Rockefeller. O trânsito ficou complicado na região. Os manifestantes partiram do Parque Barigui e se dirigiram à sede do Incra na capital, na Rua Dr. Faivre.
À tarde, cerca de 300 sem-terra caminharam até o prédio do Ministério da Fazenda da Rua Marechal Deodoro, no Centro da capital. Uma faixa da via, na altura do Ministério, ficou bloqueada para veículos. Por volta das 17 horas, os manifestantes retornaram à sede do Incra, onde prometiam acampar. A orientação da Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran) é para que os motoristas evitem a região enquanto os sem-terra permanecerem no local.
"A Reforma Agrária está parada em todo o país. A política econômica do governo corta os recursos previstos no orçamento para a Reforma Agrária e não tem dado apoio aos assentamentos, como crédito para produção, além de obras de infra-estrutura, como habitação e escolas", afirma Vanderlei Martini, da coordenação nacional do MST.
Estão previstas audiências entre representantes dos sem-terra e a superintendência regional do Incra na quarta (26) e quinta-feira (27). O superintendente do Incra no Paraná, Celso Lisboa de Lacerda, prevê que o assentamento das 7.264 famílias acampadas no estado irá levar quatro anos. A última ocupação do MST em frente ao Incra aconteceu em novembro de 2006.
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