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Ocupação em oito praças de pedágio no estado foi realizada por mil mulheres, informou o MST | MARCOS MACHADO - JORNAL HOJE
Ocupação em oito praças de pedágio no estado foi realizada por mil mulheres, informou o MST| Foto: MARCOS MACHADO - JORNAL HOJE

Os sem-terra protestam pela soberania alimentar em razão do Dia Mundial da Alimentação

Manifestantes da Via Campesina, do Movimento Rural dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), da Assembléia Popular e do Movimento Popular de Mulheres de Sarandi realizam uma série de ocupações em praças de pedágio do Paraná, liberando as cancelas para a passagem de veículos nesta quinta-feira (16). A manifestação acontece em razão do Dia Mundial da Alimentação, que é celebrado neste dia 16 de outubro.

Ao todo, oito praças de pedágio foram ocupadas em todo estado. Aproximadamente mil pessoas estariam participando dos protestos, segundo as manifestantes. Até o meio-dia, cinco praças já haviam sido desocupadas.

Segundo a assessoria de imprensa do MST, apenas mulheres participam dos atos, que marcam a data que os movimentos sociais escolheram como o Dia Internacional em Defesa da Soberania Alimentar.

A concessionária Rodonorte informou que suas quatro praças ocupadas já foram liberadas. A acupação começou às 8h12 com cerca de 50 sem-terra na praça de pedágio de Imbaú, nos Campos Gerais, que fica no km 377 da BR-376, entre Ponta Grossa e Apucarana. A ocupação na praça de Ortigueira, que fica no km 321 da BR-376, também nos Campos Gerais, teve início às 9h05.

Um pouco antes, por volta das 8h30, outro grupo de 50 membros do MST ocupou a praça de pedágio de São Luiz do Purunã, na região metropolitana de Curitiba, que fica no km 132 da BR-277, entre a capital e Ponta Grossa. Ao deixar o local os sem-terra ocuparam a praça de Witmarsum, no Km 537, da BR-376. A praça foi liberada ainda pela manhã.

A concessionária Viapar informa que a praça de pedágio de Mandaguari, localizada no km 201 da BR-376 entre Mandaguari e Marialva, no Noroeste, também está ocupada desde as 10h. Cerca de 40 mulheres estão no local.

Por volta das 11h, foi a vez da praça de Prudentópolis, mais conhecida como Praça do Relógio, no Sudeste do estado. De acordo com a concessionária Caminhos do Paraná, perto de 30 manifestantes ocupam as cabines, localizadas no km 302,5 da BR-277, entre Curitiba e Guarapuava.

No Oeste do Paraná, duas praças de pedágio da concessionária Ecocataratas também foram ocupadas, mas os manifestantes já deixaram os locais. Em Cascavel, as cancelas localizadas no km 569 da BR-277 foram abertas durante a manhã por cerca de 200 pessoas. Aproximadamente 200 manifestantes também liberaram a passagem dos veículos na praça do km 704,5 da mesma rodovia, no município de São Miguel do Iguaçu, segundo a empresa.

Perto do meio-dia, as duas praças da Ecocataratas foram desocupadas espontaneamente pelos grupos, antes da empresa entrar com qualquer ação judicial.

A reportagem não conseguiu contato com as manifestantes para explicar a retirada dos grupos dos dois locais ou dizer quando as demais praças deverão ser desocupadas.

Panfletos

Em todos os locais de concentração, os manifestantes estão mantendo duas ou três cancelas liberadas, de modo a canalizar o fluxo de veículos para fazer a entrega de panfletos. Os motoristas estão passando pelas cabines sem pagar a tarifa.

Segundo a Rodonorte, nas três praças administradas pela empresa que foram ocupadas, as câmeras de segurança foram viradas, de maneira a não permitir a filmagem das ações. A concessionária recomenda aos motoristas que forem utilizar as rodovias que mantenham atenção redobrada e, ao se aproximarem das praças de pedágio, reduzam a velocidade para evitar atropelamentos, uma vez que há grande número de pessoas circulando pelo local.

Ações

A Viapar está ingressando com uma ação de reintegração de posse e um interdito proibitório junto à Justiça Federal de Maringá, para impedir a ocupação das praças Presidente Castelo Branco e Floresta, ambas administradas pela empresa e sob a jurisdição da Comarca de Maringá.

A Caminhos do Paraná, por meio de sua assessoria de imprensa, afirma que está buscando os dispositivos legais para restaurar o controle da praça de pedágio.

Motivos

De acordo com os manifestantes, os pedágios são um dos principais entraves para a pequena agricultura, uma vez que encarecem a distribuição dos produtos agrícolas, prejudicando os produtores no campo e os consumidores nas cidades. Em nota enviada à imprensa, o grupo cobra do governo federal "a criação de políticas públicas para proteger a agricultura, priorizando a produção de alimentos e garantindo a soberania alimentar".

"É preciso promover a consolidação de um novo modelo agrícola, baseado em pequenas e médias propriedades, com a realização da Reforma Agrária, para a produção de alimentos saudáveis e baratos para o mercado interno", diz o texto.

As manifestantes informaram durante a manhã que não tinham horário para desocupar os locais e que poderiam invadir outras praças de pedágio do Paraná ao longo do dia.

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