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Onde a presença do Estado é insuficiente, a tendência a surgir ações voluntárias é muito maior. Diante desta constatação, especialistas acreditam que a motivação de pessoas que se engajam em projetos sociais em prol da sua comunidade é gerada pela indignação e pelo interesse de modificar a realidade e trazer bem-estar.

Para a socióloga e cientista social Samira Kauchakje, é possível analisar os exemplos pelos âmbitos geral e particular. As ações voluntárias que não são feitas pela sociedade civil organizada – ONGs, oscips, fundações, entidades, por exemplo – tendem a chamar mais atenção por serem individuais. No entanto, há comunidades onde o auxílio voluntário existe pela cultura, presente na grande maioria das vezes em regiões rurais ou desassistidas. "É como uma estratégia de sobrevivência", diz.

Porém, a conquista da cidadania tende a trazer um afrouxamento dos laços de proximidade entre as pessoas. Esse quadro é revertido quando surge o protagonismo coletivo ou individual, que se mostra insatisfeito com a situação existente e precisa participar da ação. Um dos fatores apontados por Samira – que também é especialista em Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – é a motivação religiosa. Em seguida, a solidariedade comunitária – a que traz a sensação de pertencimento – e a solidariedade humana, que pretende diminuir a dor do outro.

A coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre o Terceiro Setor (Nits) da Universidade Federal do Paraná, Ana Lúcia Jansten de Mello de Santana, afirma que aspectos diversos podem levar as pessoas a transformar um objetivo pessoal em um projeto social. A professora esclarece que o observador tende a ver a situação como uma missão. O fio condutor, nesses casos, é o projeto pessoal que traz uma satisfação. "A pessoa quer ser útil, mesmo que não signifique que ela receba um benefício." Uma característica marcante e comum entre pessoas que agem em prol da coletividade é a liderança, seja nata ou desenvolvida, lembra Ana Lúcia.

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