A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) vai apurar como detalhes das investigações sigilosas sobre as mortes de pacientes ocorridas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico vazaram à imprensa. O inquérito policial corria sob segredo de Justiça, mas o sigilo foi quebrado uma semana depois que o caso passou a ser noticiado pelos veículos de comunicação.

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O anúncio sobre a instauração das investigações sobre o vazamento das informações foi feito pelo secretário de Segurança Pública, Cid Vasques, na manhã desta quarta-feira (6), durante entrega de viaturas à Polícia Militar (PM). A Sesp, no entanto, não soube informar qual unidade será responsável pelas investigações e qual será o prazo para o conclusão do inquérito. Para o secretário, o vazamento atrapalhou o trabalho da polícia.

"Eu vou pedir para abrir procedimento para averiguar como essas informações vazaram. Agora, você tem de convir que muita gente tem acesso a esse tipo de documento", disse o secretário, de acordo com áudio disponibilizado pela rádio CBN.

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"Foi um vazamento ilegal de investigações que não estavam concluídas. E, por um descuido, o profissional de imprensa que pegou esses documentos não checou e foi divulgado à opinião pública", afirmou o secretário

A Polícia Civil investiga as mortes ocorridas na UTI do Evangélico entre 2011 e 2012. Na terça-feira, a Polícia Civil entregou o inquérito ao Ministério Público (MP), apontando que houve formação de quadrilha e homicídio qualificado. Seis pessoas foram indiciadas: cinco médicos e uma enfermeira.

A primeira a ser presa foi a médica Virgínia Helena Soares de Souza, que comandava a UTI do hospital. Ela é acusada de abreviar a vida de pacientes que estavam internados na unidade. Posteriormente, outros três médicos foram presos: Maria Israela Cortez Boccato, Edison Anselmo da Silva Júnior e Anderson de Freitas. Também está presa uma enfermeira que integrava a equipe de Virgínia.

A médica Krissia Wallbach foi indiciada, mas não está presa. Segundo a polícia, ela aparece em gravações feitas durante as investigações. A médica foi convocada a depor e compareceu na segunda-feira (4) ao Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa). Mas, segundo o advogado dela, Jorge Timi, ela ainda não prestou nenhuma informação à polícia. A Polícia Civil, por sua vez, informou que a prisão da médica não foi pedida porque não corria risco de ela atrapalhar as investigações.

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